INVESTIGAÇÃO

Morte de gari: suspeito teria ligado para a esposa após o crime

Empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, suspeito do crime, relatou à polícia ter falado com a esposa antes de ser preso; arma dela foi usada no crime

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O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, suspeito de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes na última segunda-feira (11/8), em Belo Horizonte, ligou para a esposa, a delegada da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) Ana Paula Balbino Nogueira, entre o momento do crime e o da sua prisão em flagrante pela Polícia Militar. Uma perícia feita pela corporação confirmou que a arma usada no homicídio pertence à delegada.

A morte do gari Laudemir aconteceu às 9h07, conforme registrado por câmeras de segurança das proximidades, no Bairro Vista Alegre. A prisão do empresário, por sua vez, ocorreu por volta das 16h57. Os horários em que os fatos do dia aconteceram têm sido de suma importância para a investigação, pois o horário da câmera da empresa onde o suspeito trabalha, utilizado como álibi, está errado.

Durante o depoimento prestado logo após a sua prisão em flagrante, Renê afirmou que ligou para a esposa na manhã de segunda, por volta das 8h40, ocasião em que disse que o trânsito estava ruim. A próxima ligação que fizeram teria sido, segundo o empresário, às 14h, quando avisou que teria saído para passear com os cachorros. Por fim, Renê disse ter falado novamente com ela assim que foi abordado pelos policiais militares.

No início da noite de quinta-feira (14/8), a Justiça autorizou a quebra do sigilo telefônico de Renê, o que pode ajudar a investigação a confirmar se os horários de ligações relatados estão corretos. No dia anterior, o empresário teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.

Como foi o crime?

O prestador de serviços da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) trabalhava junto com outras quatro pessoas na Rua Modestina de Souza, por volta das 8h55, quando a motorista do caminhão, uma mulher de 42 anos, parou e encostou o veículo para que uma fila de dez carros pudessem passar. O último carro, modelo BYD da cor cinza, teria enfrentado dificuldades para passar pelo caminhão e, por isso, a motorista e um dos garis teriam indicado ao motorista que o espaço seria suficiente.

 

Em seu depoimento à Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), a condutora do caminhão de coleta Eledias Aparecida Rodrigues afirmou que enquanto recebia as instruções dos funcionários, o motorista do BYD pegou uma arma preta, fez movimento para engatilhar e, apontando para ela, disse: “Se você esbarrar no meu carro eu vou dar um tiro na sua cara, duvida?”.

Diante das ameaças feitas à colega, uma segunda testemunha afirmou que os demais trabalhadores tentaram acalmar o suspeito e pediram que ele seguisse seu caminho. Mesmo assim, segundo o boletim de ocorrência, o homem desembarcou com a arma em punho, deixando o carregador cair. Ele então o recolocou, manobrou a arma e efetuou um disparo em direção à vítima. Laudemir chegou a ser socorrido e encaminhado para o Hospital Santa Rita, no Bairro Jardim Industrial, em Contagem, mas morreu na unidade de saúde.

Imagens de câmera de segurança flagraram o momento em que o gari saiu correndo já ferido. Na gravação é possível ver o carro que seria do investigado virando na rua em que o caminhão de coleta estava parado. O veículo então para por um segundo, segue em frente e os demais que estavam atrás passam a dar ré e sair da via. Na sequência, dois garis saem correndo e um deles coloca a mão na região do abdômen e cai no chão. Ele é amparado por um colega que segura sua cabeça.

A esposa do suspeito tem participação no crime?

  • Logo após ser abordado por uma equipe da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) o suspeito afirmou que sua mulher é delegada

  • Desde os fatos, Ana Paula Balbino Nogueira, identificada como a esposa do suspeito de homicídio continua trabalhando

  • A delegada foi ouvida pela Corregedoria da corporação onde trabalha

  • As armas de serviço e pessoal foram apreendidas e estão sendo analisadas nos inquéritos administrativos e criminal

  • A PCMG afirma que, até o momento, não há informações que incluem a delegada no homicídio do gari 

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