FEMINICÍDIO EM BH

Policial penal suspeito de matar a namorada estava afastado das atividades

De acordo com a Sejusp, o armamento institucional do servidor já havia sido recolhido e ele teria sido afastado "por motivos psiquiátricos"

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O policial penal suspeito de matar a namorada na madrugada deste sábado (16/8) estava afastado das atividades desde janeiro de 2024, de acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). A pasta informou que a medida teria ocorrido por “motivos psiquiátricos” e que, desde então, o armamento institucional do servidor havia sido recolhido. Priscila Azevedo Mundim foi morta a facadas no Bairro Padre Eustáquio, na região Noroeste de BH.

De acordo com a Polícia Militar, a vítima foi encontrada morta em um dos cômodos do apartamento do policia penal, que foi socorrido para o Hospital João XXIII. Ele apresentava ferimentos profundos na região do abdômen após tentar tirar a própria vida. Após atendimento médico, o suspeito poderá ter a prisão em flagrante por feminicídio decretada.

Em nota, a Sejusp lamentou a morte de Priscila e informou que um procedimento administrativo será instaurado pela Corregedoria. A pasta afirmou ainda que está à disposição para auxiliar a Polícia Civil de Minas Gerais na investigação do inquérito policial. 

Antes do crime

À imprensa, o cunhado da vítima, Leonardo Alves de Sousa, contou que Priscila e o namorado estiveram com ele e a esposa nessa sexta-feira (15/8). Por volta das 22h, o casal foi embora para a casa do suspeito.

Leonardo contou que ainda na noite anterior mandou mensagem para eles para saber se os dois haviam chegado bem, mas não obteve respostas. Nesta manhã, a família continuou tentando contato, mas Priscila não atendia. 

Diante da falta de respostas, Leonardo e a esposa, irmã da vítima, foram até a residência do suspeito. O cunhado de Priscila contou que, depois de muita insistência, conseguiu falar com o policial penal pelo telefone. Na ligação, o homem afirmou que “fez merda” e pediu que chamasse a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).

Segundo vizinhos da vítima, após ouvirem intensa discussão vindo do apartamento, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) foi acionada, mas não compareceu ao local. A suspeita é que a mulher tenha sido esfaqueada durante a madrugada.

‘Pessoa possessiva’

“O sentimento é de muita dor. Isso é um feminicídio. Até quando mães irão chorar? Pais e irmãos vão enterrar suas entes queridas?”, questionou Leonardo indignado. 

O cunhado da vítima pediu por justiça e afirmou que a família não sabe se o suspeito agrediu Priscila em outras ocasiões, mas que a família percebia que ele tinha características de “uma pessoa possessiva”. De acordo com Leonardo, o casal estava junto há cerca de cinco meses. Priscila deixa dois filhos. 

A reportagem procurou a PMMG para mais detalhes da ocorrência, mas por se tratar de um servidor público de outra corporação, a instituição informou que não vai se posicionar.

O que se sabe do crime até o momento

  • Priscila Azevedo Mundim foi encontrada morta em um cômodo do apartamento do namorado, um policial penal

  • A mulher foi atingida por diversos golpes de faca
  • Vizinhos afirmaram que ouviram uma intensa discussão vinda do imóvel durante a noite e madrugada

  • Familiares de Priscila estiveram no apartamento na manhã deste sábado (16/8) e não conseguiram contatá-la

  • Ao cunhado da vítima, o suspeito disse que teria “feito merda” e pediu que acionasse a polícia

    O policial penal estava afastado desde 2024, por motivos psiquiátricos

  • A Corregedoria do Departamento Penitenciário instaurou um procedimento administrativo

O que é feminicídio?

Feminicídio é o nome dado ao assassinato de mulheres por causa do gênero. Ou seja, elas são mortas por serem do sexo feminino. O Brasil é um dos países em que mais se matam mulheres, segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

A tipificação do crime de feminicídio é recente no Brasil. A Lei do Feminicídio (Lei 13.104) entrou em vigor em 9 de março de 2015.

Entretanto, o feminicídio é o nível mais alto da violência doméstica. É um crime de ódio, o desfecho trágico de um relacionamento abusivo.

O que diz a Lei do Feminicídio?

  • Art. 121, parágrafo 2º, inciso VI"Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:I - violência doméstica e familiar;II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher."

Qual a pena por feminicídio?

Segundo a 13.104, de 2015, "a pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto; contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência; na presença de descendente ou de ascendente da vítima."

Como denunciar violência contra mulheres?


Ligue 180 para ajudar vítimas de abusos.
Em casos de emergência, ligue 190.


CVV (Centro de Valorização da Vida)



A recomendação dos psiquiatras é que a pessoa que pensa em suicídio busque um serviço médico disponível. O Centro de Valorização da Vida (CVV) dá apoio emocional e preventivo ao suicídio. Voluntários atendem ligações gratuitas 24h por dia no número 188, por chat, via e-mail ou diretamente em um posto de atendimento físico.



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