EM INVESTIGAÇÃO

Morte do gari: Renê diz que delegada não sabia de uso da sua arma

Empresário confessou assassinato de Laudemir de Souza Fernandes durante interrogatório realizado na segunda-feira (18/08)

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Renê da Silva Nogueira Júnior, preso pelo assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes, afirmou à Policia Civil que sua mulher, a delegada Ana Paula Balbino Nogueira, não tinha conhecimento que ele havia pegado sua pistola calibre .380.

A declaração ocorreu durante o interrogatório, realizado nessa segunda-feira (18/08), no qual o empresário confessou ter atirado contra o gari. Ele está preso desde o dia do crime, cometido no dia 11 de agosto, e aguarda a finalização do inquérito policial.

Até o momento, não há provas de envolvimento da delegada no assassinato. A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou ao Estado de Minas que Ana Paula segue desempenhando suas funções. Um inquérito policial está em tramitação na Corregedoria-Geral da instituição e um procedimento administrativo foi instaurado para apurar todos os elementos que envolvem uma eventual conduta praticada pela delegada.

Confissão

A confissão do assassinato aconteceu no mesmo dia em que imagens de uma câmera de segurança que mostra o empresário guardando a arma usada no crime foram divulgadas. As gravações foram feitas pelo sistema interno do estacionamento do prédio em que Renê da Silva Nogueira mora, no Bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na Grande BH. 

Após a divulgação dos registros, a defesa de Renê comunicou que não faz parte do caso. Os advogados informam que o investigado foi notificado e irá apresentar nova defesa. Ao Estado de Minas Henrique Viana Pereira afirmou que o motivo seria "foro íntimo", ou seja, não declarado na petição.

Arma do crime

Na sexta-feira (15/8), a PCMG informou que a arma usada para matar Laudemir pertence à esposa do principal suspeito, a delegada da corporação Ana Paula Balbino Nogueira. A compatibilidade foi atestada pela perícia de microbalística, que analisou duas munições, uma usada e outra intacta, que foram deixadas no local do crime. 

Desde o crime, Ana Paula é investigada pela Corregedoria da PCMG, que apura desvios de conduta da servidora. A arma de uso particular da delegada foi incluída no inquérito criminal que está em andamento na delegacia de homicídios da PCMG. Já a arma da corporação, foi anexada nos autos da investigação administrativa. Apesar disso, conforme informações da corporação, até o momento não há informações que comprovem sua participação no homicídio. Por isso, ela não foi afastada de suas funções e segue em seu cago regular.

Como foi o momento do crime?

A equipe de limpeza estava na Rua Modestina de Souza, no bairro Vista Alegre, quando a motorista do caminha, Eledias Aparecida Rodrigues, de 42 anos, percebeu que uma fila de carros se formava atrás dela e decidiu manobrar o caminhão para a direita, permitindo a passagem dos veículos, entre eles um BYD conduzido pelo empresário Renê da Silva.

Segundo o depoimento da motorista, ela e os outros garis disseram ao suspeito “vem, vem, pode vim (sic)”, orientando que havia espaço suficiente para ele passar com o carro. Logo depois, Renê pegou uma arma e apontou para a motorista, ameaçando atirar. O gari Tiago Rodrigues então se posicionou entre o empresário e a colega, questionando: “Você vai dar um tiro na mulher trabalhando? Vai matar ela dentro do caminhão?”.

Renê conseguiu passar sem esbarrar no caminhão e parou cerca de três metros à frente. Desceu do carro com a arma em punho, apontou para os trabalhadores, disparou. O tiro atingiu Laudemir no abdômen. Conforme os registros, a bala acertou o lado direito das costelas e saiu pelo esquerdo. Ele deu entrada no Hospital Santa Rita, em Contagem, na Grande BH, mas morreu momentos depois por hemorragia interna. No local do crime, foi recolhido um projétil intacto de munição calibre .380. 

Quem é o suspeito?

  • Renê da Silva Nogueira Júnior, 47 anos.

  • Ex-vice-presidente de empresa de alimentos; desligado após repercussão.

  • Casado com a delegada Ana Paula Balbino Nogueira (PCMG).

  • Se descrevia nas redes sociais desativadas como “cristão, esposo, pai e patriota”.

  • Tem outros registros policiais em São Paulo (lesão corporal grave contra uma mulher) e Rio de Janeiro (lesão corporal contra ex-companheira, ameaça contra ex-sogra e envolvimento em homicídio culposo)

  • Nega ter antecedentes criminais; diz que só responde a processo por luxação no pé da ex-esposa.

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