Suspeito de matar família por dívida será julgado nesta quinta (21/8)
Triplo homicídio foi cometido em março de 2021 e somente agora o julgamento foi marcado. Família espera que a justiça seja cumprida
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Siga no“A gente clama por justiça.” É o que diz o marceneiro Guilherme Silva, genro de Mário Perpétuo Neto, de 52 anos, e Águeda Aparecida Morais, de 53, e cunhado de Matheus Perpétuo Morais, de 20, mortos a tiros dentro de casa, no Bairro Céu Anil, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em março de 2021. O suspeito de cometer o crime, de 31 anos, foi preso preventivamente no último sábado (17/8) e será julgado nesta quinta-feira (21/8).
Segundo o marceneiro, de 34 anos, ele e a família esperam que o suspeito de cometer o crime e o outro homem que forneceu a arma e ajudou na fuga sejam culpabilizados. Para eles, o correto seria que os autores fossem condenados com a pena máxima e que ela seja cumprida integralmente, uma vez que são “pessoas de alta periculosidade”.
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“A gente clama por justiça. Nós somos pessoas de bem, religiosos. Não queremos vingança. Nada que acontecer com os autores vai trazer os nossos familiares de volta, que era o que a gente queria”, diz Guilherme, que tinha um vínculo forte com os familiares.
De acordo com ele, a esposa tem rezado muito para viver o momento do julgamento. Com o júri, eles acreditam que vão poder viver o luto e a dor das perdas. Depois de perder os pais e o irmão, a mulher teve um quadro de depressão muito forte, precisando de acompanhamento psicológico e psiquiátrico. Ela parou de trabalhar e teve que trancar o curso de pós-graduação. Segundo Guilherme, todo dia, ao acordar, ela comenta sobre a saudade que sente da família.
Como foram as investigações?
Segundo a Polícia Civil (PCMG), o preso, natural da Bahia, é réu pelo assassinato das três vítimas no dia 28 de março de 2021. Ele foi preso no Bairro Vila Pinho, Região do Barreiro, em BH, no sábado (17/8). Conforme a investigação, o crime teria sido motivado por uma dívida que o próprio investigado teria com Mário, no valor de R$ 1.700, referente à compra de maquinário de padaria.
As investigações foram concluídas no dia 3 de junho de 2022, porém, por decisão judicial, o réu respondia ao processo em liberdade. Na última sexta-feira (16/8), devido a sérias ameaças a testemunhas do processo, a Delegacia Especializada de Homicídios em Ribeirão das Neves requereu novamente pela prisão preventiva do investigado, a qual foi deferida pela Justiça.
De acordo com Guilherme, Mário foi padeiro por muitos anos e depois passou a trabalhar como carpinteiro. Ele até tentou seguir na área da panificação e abriu a própria padaria, mas durou pouco tempo.
No dia do crime, o genro e os vizinhos ouviram os disparos e acreditaram que poderia ser algum botijão de gás explodindo. Quando o parente chegou à casa, encontrou o cunhado caído no chão da varanda e, em seguida, viu os corpos dos sogros. Naquele momento, não havia suspeita de autoria do crime.
Guilherme disse à polícia sobre a dívida, mas não acreditava que fosse a motivação dos homicídios, já que era uma dívida “muito baixa para tamanha violência”. Como o celular do sogro foi levado, a PCMG fez a busca pelo aparelho e localizou o suspeito.
Carinho e pedido de justiça
Segundo o genro do casal assassinado, o afeto que ele sentia pelos familiares era muito grande. Ele começou a namorar com a filha do casal há 10 anos, quando Matheus ainda era uma criança. Além de vê-lo crescer, ele viveu muitos momentos com o cunhado, que era auxiliar de produção em uma construtora.
“Era uma amizade de irmão. Eu amava muito ele. Em uma atividade escolar, ele escreveu uma carta pra mim, dizendo o quanto ele se espelhava em mim. A gente tinha um vínculo muito bom”, conta.
Águeda foi cantineira e trabalhou como serviços gerais em uma escola, mas se aposentou depois de tratar um câncer de mama. Guilherme lembra que era chamado de “filho mais velho” por ela.
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Quando a esposa engravidou de gêmeas, a sogra deu total apoio. Durante a pandemia, com a mulher trabalhando em home office, a mãe dela – e avó das meninas – passava o dia na casa deles para ajudar com os cuidados domésticos e com as crianças, o que as aproximou ainda mais. Agora, a família espera que a justiça seja cumprida.