MG: moradores descrevem água com 'cor de barro' e 'mofo' nos últimos dias
Copasa registrou mais de 300 reclamações entre 4 e 18 de agosto, mas apresentou documentações que não apontam anomalias de potabilidade
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Siga noMoradores de Belo Horizonte e Região Metropolitana denunciaram alteração no sabor da água distribuída nos últimos dias, descrita como “cor de barro” ou “mofo”. De acordo com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), foram registrados 328 atendimentos relacionados a reclamações entre os dias 4 e 18 de agosto, em diferentes bairros da capital.
A Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (Arsae-MG) publicou, na última terça-feira (19), nota afirmando que recebeu os relatos e compreende o desconforto gerado por essa situação.
Na data, estipularam que a Copasa teria dois dias para responder aos questionamentos encaminhados pela Arsae-MG, relacionados aos sistemas de abastecimento, os resultados de monitoramento e as medidas adotadas.
Já nesta sexta-feira (22), a Agência detalhou que a documentação enviada pela Copasa “não aponta anomalias de potabilidade, mantendo os parâmetros físico-químicos e bacteriológicos”. Dados de monitoramento da água bruta do Rio das Velhas, entre junho e julho, também foram apresentados e mostram concentrações de cianobactérias abaixo de 10 mil células por milímetro - faixa que não exige análises adicionais ou aumento de monitoramento. “Ensaios de gosto e odor realizados em julho, na saída do Sistema de Produção de Água Tratada do Rio das Velhas, não indicaram alterações”, destacou.
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Nas redes sociais da Copasa, usuários do serviço reclamam da situação. “Quero saber o que anda acontecendo com a água no abastecimento em BH que está com cheiro e sabor de mofo! Um horror”, comentou um usuário.
Entre outros comentários, alguns perfis questionam a potabilidade da água, principalmente no Bairro Padre Eustáquio, na Região Noroeste de BH. “Essa alteração na qualidade é preocupante. Queremos uma providência urgente para que possamos ter acesso a uma água sem gosto estranho”, comentou outro perfil.
Em todas as reclamações a Copasa respondeu, solicitando que os usuários registrem a verificação da qualidade de água por meio do telefone 0800 0300 115, no momento da ocorrência do fato.
Medidas tomadas
Como medida preventiva, a Estação de Tratamento do Sistema Rio das Velhas começou a receber a aplicação de carvão ativado em pó desde o dia 14 de agosto. A Arsae-MG determinou que a Copasa identifique a origem das alterações, além de informar a Agência e “adotar medidas céleres e efetivas para a solução da situação atípica”.
A Agência também solicitou que a companhia de saneamento apresente os resultados do monitoramento da água bruta, referente ao mês de agosto, no ponto de captação do Rio das Velhas e nas Estações de Tratamento de Água (ETA) que abastecem Belo Horizonte.
“A Agência manterá o acompanhamento das providências até a elucidação das causas e a verificação da efetividade das ações implementadas, reafirmando seu compromisso de garantir abastecimento em conformidade com os padrões de potabilidade e adequado ao consumo”, destacou a Arsae-MG.
Em nota, a Copasa afirmou que desde as primeiras denúncias, há aproximadamente 15 dias, as vistorias nos locais de captação do Rio das Velhas, nas Estações de Tratamento de Água e nas análises da água distribuída foram intensificadas. Além disso, destacou que equipes técnicas realizaram visitas pontuais em cada imóvel que registrou ocorrência para avaliar a situação da água, das caixas de reservação e coletar amostras para análises detalhadas.
A Companhia ainda ressaltou que "todos os testes realizados, até o momento, pelos laboratórios mostram que a qualidade da água na saída de tratamento e na rede de distribuição confirmaram que a água distribuída na RMBH atende integralmente aos padrões de potabilidade exigidos pela legislação do Ministério da Saúde, sem qualquer inconformidade que represente risco à saúde da população".
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Por fim, explicou que as solicitações de análises de qualidade da água na Região Metropolitana de BH representam 0,02% do total de clientes atendidos na região. “A Companhia reafirma seu compromisso de envidar todos os esforços técnicos e operacionais necessários para afastar quaisquer riscos de contaminação da água distribuída”.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice