Ministra das Mulheres em BH: "não tenham medo de denunciar"
Em visita as obras da 'Casa da Mulher Brasileira' na capital mineira, Márcia Lopes disse esperar que a unidade seja entregue no primeiro semestre de 2026
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Siga noA ministra das Mulheres, Márcia Lopes, visitou as obras da Casa da Mulher Brasileira em Belo Horizonte nesta quarta-feira (27/8). Acompanhada pelo prefeito da capital, Álvaro Damião (União Brasil), ela caminhou por todo o terreno da construção, que está com a fundação da obra, etapa inicial da edificação, praticamente finalizada.
A Casa da Mulher Brasileira é uma das propostas do programa “Mulher Viver sem Violência”, retomado pelo Ministério das Mulheres em 2023. A unidade tem o propósito de oferecer um tratamento multidisciplinar voltado ao atendimento e proteção de mulheres vítimas de violência. O espaço vai unir diferentes serviços como o acolhimento e triagem, apoio psicossocial, delegacia, juizado, Ministério Público, Defensoria Pública, promoção da autonomia econômica, brinquedoteca, alojamentos provisórios e central de transportes.
O mês de agosto é marcado por ações de mobilização e prevenção da violência contra as mulheres. A campanha “Não deixe chegar ao fim da linha. Ligue 180”, ganha ainda mais destaque em 2025, com a Lei Maria da Penha, completando 19 anos de existência.
“Nós temos insistido que as mulheres não tenham medo denunciar. Mas para elas denunciarem, precisam ter segurança de que serão atendidas, protegidas, que vai ter uma rede de apoio”, disse a ministra. “É um contexto muito complexo que a própria sociedade se esquiva. Nós temos que ainda superar mentalidades, preconceitos, essa vergonha de falar”, finalizou.
Em oito de julho, o prefeito de BH já havia visitado a construção. Na data, afirmou que as obras seriam entregues no segundo semestre de 2026. Já nesta quarta-feira, em companhia da ministra, disse que fará de tudo para finalizar a unidade ainda no primeiro semestre do próximo ano.
“Belo Horizonte não tem espaço para agressores de mulher. Faremos todos os movimentos possíveis para deixar bem claro que aqui não se agride crianças, mulheres e idosos. Mexeu com eles, mexeu comigo”, destacou Damião.
Atualmente, o Brasil conta com 11 unidades da Casa da Mulher Brasileira em funcionamento. Está previsto que outras seis edificações sejam inauguradas no país até o fim deste ano. A ministra destacou que, até o fim do mandato do presidente Lula, é esperado que 42 unidades estejam abertas.
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Otimizar o acolhimento
Durante a visita, Álvaro Damião explicou que o projeto busca oferecer um atendimento mais confortável às vítimas de violência, que muitas vezes precisam relatar e descrever as agressões inúmeras vezes durante uma denúncia. “Quando acontece uma agressão, a mulher passa por um equipamento e tem que contar toda a história. Depois, mandam ela para outro lugar e tem que contar novamente. Ela precisa contar a mesma história cinco, seis vezes. Esse desgaste é muito pesado e é isso que vamos evitar. A mulher vai vir em um equipamento só e vai ter todos os tipos de cuidados possíveis.”
A estrutura contará com cerca de 3 mil metros quadrados de área construída, em um terreno de mais de 8 mil metros quadrados. O projeto prevê uma edificação em um único pavimento, separado em sete blocos de serviços, além de recepção, triagem e estacionamento. De acordo com o Executivo, os espaços vão ser detalhados por cores, para facilitar a identificação das áreas de atendimento.
Com apoio da União e da Caixa Econômica Federal, a Casa da Mulher Brasileira em BH está sendo planejada desde 2019. O investimento total é de mais de R$17 milhões, sendo R$10 milhões investidos pelo governo federal e R$7,57 milhões do Executivo Municipal. O contrato contempla a execução da obra, aquisição de mobiliário e equipamentos necessários para o funcionamento do espaço.
A visita ainda contou com a presença de agentes da Guarda Civil Municipal, de lideranças políticas, como a vereadora Luiza Dulci (PT) e representantes do Movimento Popular da Mulher, que atua há mais de quatro décadas, em Belo Horizonte e Região Metropolitana, defendendo os direitos de meninas e mulheres.
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Violência contra as mulheres
O que é relacionamento abusivo?
- Os relacionamentos abusivos contra as mulheres ocorrem quando há discrepância no poder de um em relação ao outro. Eles não surgem do nada e, mesmo que as violências não se apresentem de forma clara, os abusos estão ali, presentes desde o início.
- A relação abusiva não começa com violências explícitas, como ameaças e agressões físicas. A violência doméstica é um problema social e de saúde pública e, quando se fala de comportamento, a raiz do problema está na socialização.
Como denunciar violência contra mulheres?
- Ligue 180 para ajudar vítimas de abusos.
- Em casos de emergência, ligue 190.
Onde procurar ajuda
- Coordenadoria da Mulher – TJMG: (31) 3237-8232 / 8233
- Central de Atendimento à Mulher: 180
- Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (BH): (31) 3337-4899 / 3295-6913
- Delegacia de Plantão de Atendimento à Mulher: (31) 3295-6913
- Defensoria Pública de Defesa da Mulher: (31) 2010-3171
- Promotoria da Mulher: (31) 3337-6996
- E-mail da Coordenadoria da Mulher no TJMG: [email protected]