Pouco mais de três meses após declarar estado de emergência em saúde pública devido ao aumento expressivo de casos de doenças respiratórias, Belo Horizonte oficializou nesta sexta-feira (8/8) a revogação da medida. A decisão, publicada no Diário Oficial do Município (DOM), foi tomada com base na estabilização dos indicadores epidemiológicos e na queda da demanda por atendimentos em unidades de saúde.
Desde o início do ano, a capital mineira já soma 5.955 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), quadro clínico que pode ser causado por vírus, bactérias ou fungos e compromete seriamente a função respiratória. Somente durante a vigência do decreto, foram 3.845 hospitalizações, com maior impacto sobre idosos (1.735 internações, ou 45,1%) e bebês com menos de um ano (727 casos, ou 18,9%).
A faixa etária de adultos entre 20 e 59 anos, tradicionalmente menos afetada em surtos sazonais, também chamou a atenção das autoridades neste ano. Foram 773 internações nesse grupo, o equivalente a 20,1% do total registrado durante a vigência da emergência. A gravidade do cenário motivou o Ministério da Saúde a liberar um repasse emergencial de R$ 50 milhões, destinados ao reforço no atendimento dessa faixa etária.
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O surto de doenças respiratórias causou a morte de 457 pessoas em Belo Horizonte entre janeiro e julho deste ano. O estado de emergência permitiu que a prefeitura de Belo Horizonte atuasse com maior agilidade para conter a escalada de casos. Entre as ações viabilizadas pela medida, estiveram a contratação temporária de profissionais de saúde, a compra emergencial de insumos e a abertura de novos leitos hospitalares.
Durante o período mais crítico, a prefeitura ampliou a estrutura da rede assistencial, com reforço do plantão pediátrico nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e a criação de 43 novos leitos infantis: 20 no Hospital Odilon Behrens, 10 no Hospital da Baleia e 13 no Hospital das Ciências Médicas.
Além disso, o governo estadual, por meio da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), também disponibilizou mais de 40 leitos adicionais em unidades de referência, contribuindo para aliviar a pressão sobre os hospitais da capital.
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A queda sustentada nos índices de internação e mortalidade foi atribuída, segundo a prefeitura, a um conjunto de fatores. Além do reforço na assistência hospitalar, a vacinação em massa contra vírus respiratórios, como o influenza e o vírus sincicial respiratório (VSR), desempenhou papel crucial para conter o avanço da SRAG.