Ex-deputado mineiro é preso em operação da PF contra fraudes ambientais
Ex-deputado estadual é suspeito de liderar organização criminosa que fraudava licenças ambientais e intermediava pagamentos ilícitos
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Siga noO ex-deputado estadual João Alberto Paixão Lages foi preso nesta quarta-feira (17/9) durante ação da Polícia Federal (PF) que investiga uma organização criminosa envolvida em crimes ambientais, lavagem de dinheiro e corrupção. Segundo a PF, Lages é apontado como um dos líderes do grupo.
Lages, que exerceu mandato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais entre 2015 e 2016 pelo PMDB, é suspeito de atuar como articulador político e institucional da organização, intermediando contatos com o poder público e participando da elaboração de contratos fraudulentos.
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De acordo com o inquérito, ele era identificado no esquema como “Diretor de Relações Interinstitucionais”, sócio do Grupo Minerar, e foi flagrado em diálogos que indicam pagamentos indevidos ligados à obtenção de licenças ambientais.
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Operação da PF
A operação da PF mira fraudes e pagamento de propinas em troca de licenças ambientais, envolvendo empresários e servidores públicos. Ao todo, 15 pessoas foram presas, e diversos funcionários estaduais do meio ambiente foram afastados. A ação ocorre em Belo Horizonte e em outras cidades de Minas Gerais, com bloqueio de R$ 1,5 bilhão em ativos e suspensão das atividades das empresas investigadas.
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Entenda a Operação Rejeito
- Alvo: uma "verdadeira organização criminosa", segundo a PF, especializada em crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro no setor de mineração
- Modo de operação: o grupo obtinha licenças ambientais fraudulentas através do "pagamento de vantagens indevidas a servidores públicos" de órgãos como IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), ANM (Agência nacional de Mineração) e Secretaria de SEMAD-MG (Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Minas Gerais)
- Estrutura: utilizava uma "robusta e complexa rede de empresas" para "legitimar práticas delituosas", ocultar os verdadeiros responsáveis e praticar "lavagem de capitais"
- Valores envolvidos: a Justiça determinou o bloqueio de R$ 1,5 bilhão em ativos do grupo. A PF apurou que a organização "expandiu exponencialmente sua atuação" em projetos com potencial superior a R$ 18 bilhões
- Ação policial: foram cumpridos 22 mandados de prisão preventiva e 79 de busca e apreensão contra empresários e diretores do esquema
- Servidores afastados: agentes da FEAM (Fundação Estadual do Meio Ambiente), IEF (Instituto Estadual de Florestas) e Copam (Conselho Estadual de Política Ambiental) foram afastados de suas funções por suspeita de participação no esquema de corrupção
- Impacto ambiental: as atividades da organização causaram graves consequências, como desabamentos, ampliação de erosões e ameaças a espécies endêmicas e ao patrimônio espeleológico na Serra do Curral