INVESTIMENTOS

Santa Luzia receberá R$ 33 milhões do Novo PAC para canalização do Córrego

Com a obra, prefeitura planeja solucionar problemas de alagamentos no entorno do Córrego Palmital; entidade ambiental condena a canalização

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Júlio Moreira e Alexandre Carneiro

O governo federal anunciou o repasse de R$ 33 milhões para a canalização dos córregos Palmital e Cristina, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O investimento foi oficializado nesta quinta-feira (18), durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de prefeitos de diversas regiões do país. O recurso faz parte do Novo PAC Seleções 2025 – Drenagem e Contenção de Encostas.

A obra, de acordo com a Prefeitura de Santa Luzia, é aguardada pela população. "Em janeiro deste ano, as fortes chuvas provocaram o transbordamento do córrego, destruindo casas e interrompendo serviços básicos, o que levou a prefeitura a decretar estado de calamidade. Onze famílias ficaram desabrigadas, episódio que reforçou a urgência de uma solução definitiva para um problema histórico", informou o poder público municipal.

Com a canalização, a expectativa da prefeitura é reduzir riscos de alagamentos, oferecer mais segurança às famílias e valorizar a região do Bairro Palmital, uma das áreas mais populosas da cidade.

Em conversa com o EM, o prefeito Paulo Bigodinho afirmou que “a canalização do Córrego Palmital vai encerrar um problema que afeta a população há décadas e garantir mais segurança às famílias da região.”

O Novo PAC, relançado pelo governo federal, prioriza, nesta etapa, obras de drenagem e contenção de encostas, com foco na prevenção de desastres e na redução da vulnerabilidade de comunidades expostas às chuvas.

'Prática ultrapassada'

Procurado pelo EM, o Projeto Manuelzão, da UFMG, que atua por melhorias nas condições ambientais da bacia hidrográfica do Rio das Velhas, classificou a canalização de córregos como "prática ultrapassada". A entidade propõe medidas para recuperar o paisagismo natural dos cursos d'água, com áreas verdes e interação humana.

 

"Práticas que envolvem Soluções Baseadas na Natureza ganham espaço e possibilitam alternativas para enchentes e ilhas de calor", explica o engenheiro ambiental Matheus Dias, gestor técnico no Projeto Manuelzão.

"A qualidade de vida da população, por vezes, fica em segundo plano. O processo de canalização de córregos é mais aceito e até concebido quando essa população é obrigada a conviver com o lançamento de esgoto ou a falta de tratamento das áreas verdes. Mas seria possível que essas pessoas acreditassem em outro ambiente — verde, saudável e de convívio — se não lhes fossem apresentadas outras opções?", questiona Dias.

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"O PAC é uma oportunidade de construção participativa, que integra as necessidades do território às alternativas tecnológicas por meio de recursos oriundos do governo federal. Para tal recurso, não seria viável a implementação de parques lineares, com a revitalização desses córregos? Para a comunidade, foram apresentadas outras opções ou foi mais fácil tamponar um bem natural?", acrescenta o engenheiro.

Por fim, Dias pede mobilização por melhorias ambientais do curso d'água. Ele lembra que a Região Metropolitana de Belo Horizonte concentra cerca de 85% do PIB estadual e 85% da população, mas também "gera 85% da poluição que escoa calha afora no Velhas".

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