ATRAÇÃO TURÍSTICA

Lagoa da Pampulha terá barco turístico gratuito a partir de dezembro

Mais de R$ 20 milhões serão investidos em redes de esgoto, tratamento de água e infraestrutura para a revitalização do cartão postal de Belo Horizonte

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O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (PSD), anunciou nesta quarta-feira (24/9) que a Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, já apresenta água limpa e navegável, permitindo a operação de um barco turístico gratuito com capacidade para 80 passageiros. O projeto funcionará de dezembro a março, com três saídas diárias, valorizando o patrimônio histórico, ambiental e cultural da cidade.

Mais de R$ 20 milhões estão sendo investidos em obras de saneamento em Belo Horizonte e Contagem (MG), que incluem a criação de 740 novas ligações de esgoto, das quais 270 atenderão a comunidade Guarani Kaiowá, além da construção de 11.240 metros de redes coletoras 10.306 metros em Contagem e 934 metros em Belo Horizonte.

Com isso, BH alcança 100% de cobertura da rede coletora na bacia da Pampulha, enquanto Contagem chega a 99%. O governo ressalta que os moradores ainda precisam realizar suas ligações individuais, sob fiscalização das prefeituras, para garantir o pleno funcionamento do sistema.

O investimento, realizado por meio da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), também contempla a implantação de redes de água e esgoto, a revitalização de duas estações de bombeamento, essenciais para o tratamento da água, e a recuperação de mais de 2 km de asfalto e vias laterais, garantindo acessibilidade, segurança e conforto para moradores, turistas e visitantes que frequentam a Região da Pampulha.

Quanto à qualidade da água, o tratamento dos afluentes Sarandi e Ressaca já permite navegabilidade segura, embora não seja potável. “A lagoa já está limpa desde março de 2023, e a água que recebemos já garante vida na lagoa  peixes, capivaras e outras espécies podem circular sem risco”, afirmou o vice-governador.

Barco turístico gratuito

A secretária de Estado de Cultura e Turismo Bárbara Botega informou que um barco turístico começará a operar na Lagoa da Pampulha a partir de dezembro, funcionando inicialmente como um ensaio de três meses, com três saídas diárias. Os ingressos serão gratuitos e poderão ser retirados pela internet, segundo a secretaria.

O projeto é considerado cultural, pois retoma iniciativas já existentes anteriormente, agora estruturadas em parceria com um parque turístico. O catamarã tem capacidade para 80 passageiros, já passou por adaptações para operar na lagoa e possui licenciamento aprovado junto à Marinha, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). O projeto conta com patrocínio da Porta Ásia.

“É um barco grande, estável e seguro, que permitirá mostrar o patrimônio da cidade aos visitantes”, destacou Bárbara Botega. O objetivo é que o barco funcione como evento comemorativo e cultural, podendo ser repetido ao longo do ano e, futuramente, se tornar uma operação perene, respeitando as normas legais de funcionamento.

A proposta é que o barco percorra os principais pontos turísticos do Conjunto Moderno da Pampulha, oferecendo aos visitantes uma vista inédita de locais como a Igreja de São Francisco de Assis, o antigo Cassino hoje Museu de Arte da Pampulha, a Casa do Baile e o Iate Tênis Clube.

A secretária explicou que a operação envolve alinhamento com órgãos de patrimônio, como IFAM e IEFA, para a construção do deck de embarque. A iniciativa também busca atrair turistas e oferecer lazer à população de Belo Horizonte, especialmente em janeiro, período de baixa turística. Segundo Bárbara, a ação só é possível devido à qualidade da água da lagoa, que garante navegabilidade segura, mesmo não sendo potável.

A promessa de retomar a navegação na Lagoa da Pampulha não é nova. Em julho desse ano, o prefeito Álvaro Damião (União Brasil) afirmou que um laudo da Marinha autorizava a operação de barcos e que “tudo está sendo preparado para que, até o fim do ano, a lagoa possa ser usada com responsabilidade”. Agora, o governo estadual reforça a iniciativa, com previsão de barcos turísticos a partir de dezembro.

“O vice-governador destacou que os índices de qualidade da lagoa são bastante positivos. A lagoa deixou de ser um mito e hoje é realidade. O catamarã permitirá aos visitantes conhecer o patrimônio da cidade com segurança e conforto”, afirmou a secretária.

Se o cronograma for cumprido, a Lagoa da Pampulha voltará a ser navegável ainda este ano, após mais de cinco décadas de proibição. A última operação turística ocorreu nos anos 1970. A expectativa é transformar o local em um espaço de lazer integrado, com atividades sustentáveis e seguras para moradores e visitantes.

Pampulha mais limpa?

O cartão-postal registrou avanços significativos na qualidade da água, segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smobi) e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). Dados de 27 pontos internos do reservatório mostram melhora no controle da poluição após intervenções realizadas desde 2016, avaliadas pelo Índice de Qualidade das Águas (IQA), que considera nove parâmetros físicos, químicos e biológicos, como temperatura, pH, oxigênio dissolvido, coliformes termotolerantes, nitrogênio total e turbidez.

A escala do IQA classifica os resultados de 0 a 100: de 0 a 25, muito ruim; de 26 a 50, ruim; de 51 a 70, aceitável ou médio; de 71 a 90, bom ou ótimo; e de 91 a 100, excelente. Um dos pontos monitorados, na região de deságue dos córregos Ressaca e Sarandi, apresentou classificação aceitável, ainda recebendo esgoto de residências não interligadas à rede da Copasa.

Entre os 21 demais pontos acompanhados, 18 registraram melhora. Tiago Miranda, gestor de Empreendimento de Grande Porte da Copasa, disse ao Estado de Minas que “a Copasa mantém um rigoroso monitoramento da Bacia da Pampulha. Os resultados das coletas, divulgados trimestralmente, têm mostrado avanços significativos ao longo dos anos de atuação do Programa Reviva Pampulha”.

Os resultados das coletas, divulgados trimestralmente, têm mostrado avanços significativos ao longo dos anos de atuação do Programa Reviva Pampulha”. A medição de junho indicou que 86% das amostras ficaram entre “aceitável” e “ótimo”, com destaque para o interior do reservatório.

Investimento e prazo

O Reviva Pampulha, programa completo de revitalização, prevê um investimento total de R$ 150 milhões até 2028. A previsão de conclusão dos 12 km de redes de esgoto é de 18 a 24 meses, garantindo a ligação de todas as residências da bacia hidrográfica da lagoa.

Além das redes, o programa inclui infraestrutura urbana, recuperação de asfalto e vias laterais, garantindo turismo e lazer na região.

Impactos para a população

Durante as obras, moradores podem sentir interferências nas vias e transtornos, mas o governo garantiu recuperação do asfalto e manutenção das vias laterais, preservando acesso seguro e lazer para esportes e passeios.

As ações estão sendo coordenadas com outras secretarias e órgãos, garantindo fiscalização adequada, qualidade das obras e proteção ambiental.

Monitoramento e sustentabilidade

A Copasa fará monitoramento contínuo da lagoa, com manutenção da qualidade da água, tratamento de afluentes e destinação adequada do lodo. Programas de educação ambiental e engajamento da população também estão previstos, prevenindo novos problemas de poluição.

“Estamos garantindo que não haja esgoto chegando à lagoa e mantendo níveis internacionais de qualidade da água”, afirmou a Copasa.

O governo prevê ampliar ações de revitalização para outras áreas de BH e Minas Gerais, alinhadas a metas ambientais, qualidade da água e preservação de espécies. O projeto turístico do barco é apenas uma etapa da valorização cultural e ambiental da Pampulha, que terá acompanhamento contínuo até 2028.

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“O esforço de saneamento e infraestrutura garante não apenas lazer e turismo, mas também preservação ambiental e educação da população sobre a importância da lagoa”, concluiu o governador.

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