A família de Dhandara Kellen Ferreira Jerônimo, jovem de 18 anos encontrada morta às margens de uma lagoa em Divinópolis (MG), no Centro-Oeste do estado, acredita que a menina tenha sido vítima de feminicídio. Ela estava desaparecida havia três dias e foi encontrada na tarde de sábado (13/9). Dhandara foi enterrada na manhã deste domingo (14).
Ao Estado de Minas, a mãe de Dhandara, Janes Kellen Campos Ferreira, contou que a filha saiu de casa na tarde de quarta-feira (10) com uma moto de aplicativo. Ela não voltou à noite e, como ela tinha costume de dormir fora de casa, a família imaginou que ela retornaria durante a próxima manhã.
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Segundo Janes, a filha saiu de casa sem carregador de telefone ou roupas para trocar para dormir. Quando a avó chegou em casa onde moravam juntas, pouco depois, as vasilhas ainda estavam molhadas e a casa ainda tinha o cheiro de Dhandara.
A jovem tinha combinado de ir à igreja com a tia à noite. “Ela estava buscando a Deus, indo à igreja”, relatou a mãe. Os familiares tentaram ligar para ela, e o telefone estava desligado. A família estranhou, uma vez que a jovem sempre dava notícias se estava bem ou onde estava. “Ela não é de fazer isso”, contou a mãe.
Na manhã seguinte, quando Dhandara não voltou, a família começou a publicar cartazes de desaparecimento e fez um registro na Polícia Civil. “No primeiro momento, tínhamos a informação de que ela tinha sido vista pela última vez com o motociclista. Mas assim que comecei a publicar sobre, ele se dispôs a nos ajudar, me mostrou onde deixou ela e me contou mais informações que repassei à polícia”, contou.
Adolescente sob investigação
À mãe da menina, o motorista de aplicativo contou que deixou a jovem com um rapaz no bairro Primavera, região onde a jovem tinha muitas amizades. O motociclista segue à disposição da polícia para demais investigações.
Ao EM, a Polícia Militar de Divinópolis informou que identificou um adolescente de 17 anos suspeito de participação no crime. Ainda não há comprovação do envolvimento dele e o caso segue sob investigação. A família não sabe quem é o adolescente, mas acredita que ele tenha envolvimento na morte de Dhandara. "Ela deve ter ido encontrar ele porque gostava dele, achando ser apenas um encontro de adolescente", disse a mãe.
À reportagem, Janes relatou que foi informada sobre o estado em que a menina estava por policiais militares. Às margens da lagoa, o corpo estava nu, coberto por um pneu e tinha marcas de agressão. Dhandara foi reconhecida no Instituto Médico-Legal (IML) pela tia. “Até o cabelo, que ela gostava da franjinha. A tia dela disse que o cabelo dela só estava aos tuquinhos”, contou a mãe. As roupas e a bolsa que a jovem usava não foram encontrados.
“Quero que a polícia faça todas as investigações. É feminicídio, fizeram uma crueldade com ela. Ela não tinha depressão nem fugiu de casa. Ela foi agredida e estrangulada até a morte. Quero que o responsável pague”, protestou a mãe, que enterrou a filha minutos antes da conversa com a reportagem.
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As circunstâncias da morte ainda não foram definidas. Procurada, a Polícia Civil informou que aguarda os resultados dos laudos periciais para definir as circunstâncias e a causa da morte da jovem.