A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) afirmou em redes sociais que Gilberto Carvalho, um dos alvos da Operação “Rejeito”, deflagrada nesta quarta-feira (17/9) pela Polícia Federal e Controladoria-Geral da União, é um lobista ligado ao Partido Liberal, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e próximo de políticos como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e o deputado estadual Bruno Engler (PL).
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Carvalho trabalhou, inclusive, na campanha do deputado estadual Bruno Engler nas eleições municipais de 2024, em chapa com a Coronel Cláudia. Ele também tem registros nas redes sociais ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Duda destacou que já havia denunciado o caso aos ministros Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), e Ricardo Lewandowski, da Justiça, meses atrás.
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Em publicação no X, antigo Twitter, a parlamentar anunciou que vai solicitar a criação de uma CPI da Máfia da Mineração, com o objetivo de investigar e expor supostas práticas de corrupção e facilitação de crimes ambientais associadas ao grupo alvo da PF hoje.
A operação da PF mira fraudes e pagamento de propinas em troca de licenças ambientais, envolvendo empresários e servidores públicos. Ao todo, 15 pessoas foram presas, e diversos funcionários estaduais do meio ambiente foram afastados. A ação ocorre em Belo Horizonte e em outras cidades de Minas Gerais, com bloqueio de R$ 1,5 bilhão em ativos e suspensão das atividades das empresas investigadas.
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Entenda a Operação Rejeito
- Alvo: uma "verdadeira organização criminosa", segundo a PF, especializada em crimes ambientais, corrupção e lavagem de dinheiro no setor de mineração
- Modo de operação: o grupo obtinha licenças ambientais fraudulentas através do "pagamento de vantagens indevidas a servidores públicos" de órgãos como IPHAN, ANM e SEMAD-MG
- Estrutura: utilizava uma "robusta e complexa rede de empresas" para "legitimar práticas delituosas", ocultar os verdadeiros responsáveis e praticar "lavagem de capitais"
- Valores envolvidos: a Justiça determinou o bloqueio de R$ 1,5 bilhão em ativos do grupo. A PF apurou que a organização "expandiu exponencialmente sua atuação" em projetos com potencial superior a R$ 18 bilhões
- Ação policial: foram cumpridos 22 mandados de prisão preventiva e 79 de busca e apreensão contra empresários e diretores do esquema
- Servidores afastados: agentes da FEAM, IEF e Copam foram afastados de suas funções por suspeita de participação no esquema de corrupção
- Impacto ambiental: as atividades da organização causaram graves consequências, como desabamentos, ampliação de erosões e ameaças a espécies endêmicas e ao patrimônio espeleológico na Serra do Curral