A Prefeitura de Caeté (MG), na Região Metropolitana de Belo Horizonte, decretou situação de emergência em saúde pública no município. “A medida foi tomada após a confirmação de casos de febre maculosa em nossa cidade”, informou o Executivo na noite desta sexta-feira (19/9).

Nessa quinta-feira (18/9), a Secretaria de Saúde do município confirmou as mortes de duas pessoas em decorrência da doença infecciosa. “A equipe de Vigilância Epidemiológica iniciou ações educativas voltadas à promoção da saúde, com foco especial na zona rural”, pontuou na ocasião.

Caeté é a única cidade mineira com mortes atestadas por febre maculosa este ano, conforme último boletim da situação no estado. “A Santa Casa já está com todos os protocolos ativados para atendimento seguro e ágil de pacientes que apresentarem sintomas suspeitos”, disse a prefeitura nesta sexta.

O decreto, com validade inicial de 180 dias, proibe a realização de atividades ou eventos em áreas rurais e permitirá ao município adquirir insumos com dispensa de licitação, além de realizar de forma compulsória exames médicos, testes laboratoriais, coleta de amostras clínicas e tratamentos médicos. O decreto também prevê a criação de um grupo especial, coordenado pela Secretaria de Saúde, para lidar com a doença. 

A febre maculosa é transmitida pela picada de carrapatos infectados e pode apresentar elevada taxa de letalidade se não for tratada precocemente. Os sintomas são semelhantes aos de outras infecções: febre alta, dor no corpo, dor de cabeça, falta de apetite e desânimo. Depois, aparecem pequenas manchas avermelhadas que crescem e tornam-se salientes.

Essas lesões, segundo informações da biblioteca virtual do Ministério da Saúde, são parecidas com uma picada de pulga e, às vezes, apresentam pequenas hemorragias sob a pele, aparecem em todo o corpo e também na palma das mãos e na planta dos pés, o que, em geral, não acontece em outras doenças como sarampo, rubéola e dengue hemorrágica, por exemplo.

“Entre as medidas preventivas, destacam-se: uso de roupas claras e compridas em áreas de risco, aplicação de repelentes à base de icaridina, inspeção do corpo após atividades em ambientes com vegetação e uso de carrapaticidas em animais domésticos e de produção”, pontuou a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) ao divulgar dados atualizados da doença no estado.

Números da febre maculosa em Minas

Segundo a SES-MG, Caeté, cidade onde as duas mortes foram confirmadas nessa quinta, não teve outros casos de febre maculosa este ano. Ao todo, a pasta notificou 27 registros da doença no estado em 2025 até esta sexta-feira. 

Os municípios com maior número de casos são Belo Horizonte (5), Itabira (4) e Santa Luzia (3). As cidades de Bambuí, Betim, Boa Esperança, Contagem, Itueta, Lagoa Santa, Ouro Preto, Paracatu, Serranópolis de Minas, Serro, Varginha, Vespasiano e Volta Grande contabilizaram, cada uma, um caso de febre maculosa.

Em 2024, 2023 e 2022, Minas registrou 95, 90 e 27 casos, respectivamente. Somente em 2023, do total de registros, 20 pessoas morreram. No ano anterior ocorreram seis mortes. Quatro óbitos foram confirmados em 2024.

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