Secretário de saúde sobre intoxicação por metanol em MG: ‘Não teremos’
Até o momento, nenhum caso de suspeita de intoxicação foi confirmada no estado. Para Baccheretti, possibilidade de novos casos é maior onde já há confirmações
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Casos de intoxicação por metanol não estão no horizonte para o Governo de Minas. É o que afirmou o secretário estadual de Saúde (SES-MG), Fábio Baccheretti, em meio à inauguração de obras na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII), em Belo Horizonte (MG), na manhã desta terça-feira (14/10).
Até o momento, nenhum caso suspeito de intoxicação foi confirmado no estado mineiro. Para Baccheretti, a expectativa é que o número de notificações se mantenha zerado. “Não temos e provavelmente não teremos. Essas intoxicações vinculadas a bebidas alteradas geralmente acontecem em larga escala, dificilmente vai acontecer um caso isolado”, afirmou.
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Para o secretário, os estados onde há maiores chances de intoxicação são os que já têm casos confirmados. “É uma garrafa, várias pessoas utilizam, ou [no caso de] dentro de uma falsificação, são vários lotes falsificados. Basicamente, em São Paulo é onde terão os casos, temos também ali, no Paraná e Rio Grande do Sul, com poucos casos. Em Minas Gerais provavelmente não terá, já saberíamos se tivesse”, afirmou.
No início da semana, um quarto caso suspeito de intoxicação por metanol foi descartado pela SES-MG. Desta vez, na cidade de Ipatinga (MG), no Vale do Aço. Segundo a pasta, não foram detectados metanol nem ácido fórmico nas amostras de sangue do homem de 26 anos, que morreu na última quinta-feira (9/10). Outros casos investigados foram em Belo Horizonte, Poços de Caldas e Santa Maria do Suaçuí, mas os três foram descartados.
“Desde o início nós não consideramos suspeito, mas todos os dias pessoas que ingerem bebidas alcoólicas entram nos hospitais e muitos deles morrem, isso acontece todos os dias, então a gente consegue identificar. Mas caso tenha algo diferente, como aconteceu no caso de Belo Horizonte, uma evolução rápida muito ruim, a gente identifica se tivesse dado positivo”, afirmou.
De acordo com o secretário, a relação da pasta com os municípios é imediata e há o acionamento da Polícia Civil para investigações. “Se desse algum caso suspeito, já iríamos junto da PC para investigar a procedência da bebida ingerida para descobrirmos”, disse.
Certamente não teremos casos, eu acho que isso aí agora vai ficar bem restrito, mas o alerta fica para o resto das nossas vidas. Bebidas de procedência, especialmente aos comerciantes. Uma distribuidora que está vendendo uma bebida muito barata, muito abaixo do valor habitual, desconfie”, aconselhou Baccheretti. “Além de desconfiar, denuncie para que nós e a Polícia Civil investiguemos e peguemos essas bebidas para entender se, de fato, aquela bebida é uma bebida que pode ser consumida ou não”, finalizou.
Antídoto
Na última segunda-feira (13/10), o estado de Minas Gerais recebeu 152 unidades do antídoto fomepizol, destinado ao tratamento de intoxicações por metanol, associadas ao consumo de bebidas adulteradas. O lote faz parte de um carregamento de 2,5 mil unidades recebidas pelo Ministério da Saúde, que distribuiu para todos os estados e Distrito Federal e manteve mil ampolas para estoque da pasta. O fomepizol é uma segunda opção para o tratamento, que também pode ser feito com etanol farmacêutico.
Segundo o MS, a aquisição é inédita no Brasil, realizada com a subsidiária de uma empresa japonesa após o acionamento do Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O medicamento é considerado raro, uma vez que há baixa produção mundial. Conforme a pasta, o medicamento impede que o metanol se metabolize em ácido fórmico.
Situação do Brasil
Até a última atualização do Ministério, o Brasil tem o registro de 213 notificações de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas. Desses, 32 foram confirmados e outros 181 estão em investigação. Até o momento, 320 suspeitas já foram descartadas.
Conforme os registros, o estado de São Paulo teve a confirmação de 28 casos e investiga 100. O Paraná teve três casos confirmados e investiga outro e o estado do Rio Grande do Sul confirma um e investiga outros quatro. Quanto às mortes, cinco delas foram confirmadas no estado paulista e outras oito estão em investigação nos estados de SP, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Ceará.