Intoxicação por metanol: MS e SES divergem sobre nova suspeita em Minas
Morte de vítima que morava em Açucena (MG), Região do Vale do Aço, foi confirmada pelo Ministério da Saúde, mas negada pela Secretaria de Estado de Saúde
compartilhe
SIGA

O Ministério da Saúde (MS) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) apresentaram informações divergentes sobre um possível novo caso de morte com causa suspeita de intoxicação por metanol no Estado. No balanço divulgado pelo MS nesta segunda-feira (13/10), consta mais uma ocorrência suspeita - a quarta em Minas Gerais - envolvendo uma vítima fatal, dessa vez em Açucena (MG), Região do Vale do Aço.
Por sua vez, a SES-MG informa que houve um engano por parte do governo federal. De acordo com o órgão estadual, o MS teria lançado, equivocadamente, o mesmo caso suspeito duas vezes. A ocorrência em questão envolve a morte de um homem de 26 anos, que morava em Açucena, mas foi transferido para Ipatinga (MG), também no Vale do Aço.
- Metanol: que exames podem identificar sintomas de intoxicação?
- Anvisa libera fabricação de etanol injetável para combater metanol
De acordo com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde, ligado à SES-MG, a vítima passou por exames para detectar a presença de metanol quando foi atendida em Açucena, antes de ser hospitalizada em Ipatinga, onde morreu. O resultado deu negativo, o que fez com que a hipótese de intoxicação por metanol fosse descartada.
"Não há casos suspeitos de intoxicação por metanol no estado", informou a SES-MG. Até o momento, o órgão reconhece, além do caso do jovem de 26 anos em Ipatinga, apenas outras duas ocorrências suspeitas, nas quais a intoxicação por metanol também foi descartada após a realização de exames. Esses casos foram registrados em Belo Horizonte e em Poços de Caldas, na Região Sul do Estado.
Brasil
Em todo o Brasil, o balanço do MS aponta 213 notificações de suspeita de intoxicação por metanol depois do consumo de bebida alcoólica, incluindo o caso de Ipatinga, que a SES-MG afirma ter sido repetido. Desse total, 32 casos foram confirmados e 181 estão em investigação. Outros 320 casos suspeitas foram descartados. Os casos de intoxicação confirmados ocorreram em São Paulo (28), Paraná (3) e Rio Grande do Sul (1).
Leia Mais
Quanto aos óbitos, cinco foram confirmados e outros três estão em investigação, todos em São Paulo. As vítimas fatais são três homens de 54, 46 e 45 anos, residentes na capital paulista, uma mulher de 30 anos, de São Bernardo do Campo, e um homem de 23 anos, de Osasco. Em relação aos demais casos suspeitos, três foram registrados em Pernambuco, um no Mato Grosso do Sul e um no Ceará.
São Paulo é o estado com maior concentração de casos suspeitos, contabilizando 100 ocorrências em investigação. Em seguida, o balanço do MS Pernambuco com 43 suspeitas, Espírito Santo (9), Rio Grande do Sul (6), Rio de Janeiro (5), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (4), Goiás (3), Maranhão (2), Alagoas (2), Minas Gerais (1), Paraná (1), Rondônia (1).
Fiscalização
Em São Paulo, que concentra a maior parte de casos confirmados e suspeitos de intoxicação por metanol, os órgãos de fiscalização tiveram plantão reforçado durante o final de semana, elevando de 13 para 15 o número de estabelecimentos interditados pelas equipes de vigilância sanitária. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, as interdições podem ter vários motivos, entre os quais irregularidades fiscais e sanitárias dos estabelecimentos.
- Caso suspeito de intoxicação por metanol em BH é descartado
- Metanol: Vigilância Sanitária inicia fiscalização em cidade de MG
Neste fim de semana, o Procon-SP realizou visitas de orientações junto com os Procons municipais em mais de mil bares e restaurantes de todo o estado, para reforçar cuidados. A ação abrangeu 92 cidades.
Sintomas
São sintomas de intoxicação por ingestão de metanol: náuseas, vômitos, dor abdominal, cefaleia (geralmente de forte intensidade), confusão, vertigem, perda de visão, borramento visual, especialmente quando persistem ou se agravam entre 6 e 72 horas depois da ingestão de bebida destilada.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia
Quando um paciente chega com sintomas compatíveis com intoxicação por metanol, os profissionais coletam amostras de sangue e urina. A ingestão de 10 ml da substância pode causar lesões no nervo óptico e, em doses iguais ou superiores a 30 ml, levar a óbito. É essencial que a coleta ocorra rapidamente, já que o metanol tem uma meia-vida curta, de cerca de 24 horas. (Com Agência Brasil e Folhapress)