Laudo aponta causas de mortandade de peixes no Rio Paraopeba; confira
Dizimação de mais de 10 mil peixes percorreu 17 quilômetros do Rio Paraopeba e teve início na região do distrito industrial de Juatuba
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A concentração de amônia e a redução dos níveis de oxigênio na água são as causas das mortes de mais de 10 mil peixes no Rio Paraopeba, na Grande BH, de acordo com o laudo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba (CBH Paraopeba). O documento foi divulgado nesta quarta-feira (15/10). A mortandade dos animais foi registrada no início de setembro.
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De acordo com o CBH Paraopeba, os animais apresentavam hemorragias branquiais e em órgãos da cavidade celomática, como coração, fígado, intestino e gônadas. De acordo com o presidente do comitê, Heleno Maia, os elementos tóxicos identificados, em especial relacionados a amônia e compostos nitrogenados, são oriundos do lançamento de efluente na região do distrito industrial de Juatuba, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Heleno Maia afirma que o laudo será enviado nesta quinta-feira (16/10) à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad), Secretaria de Meio Ambiente de Juatuba e ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). “Estamos averiguando em todas as empresas para que possamos chegar ao verdadeiro culpado por essa mortandade de peixes”, afirmou o presidente do CBH Paraopeba.
Mortandade
Os primeiros registros de dezenas de peixes mortos na água foram feitos no dia 6 de setembro, na jusante da foz do Rio Betim com o Paraopeba, em Juatuba. A mortandade cessou pouco mais de uma semana depois, no dia 14 daquele mês, e percorreu um trecho de 17 quilômetros, até a chamada Fazenda da Ponte, em Esmeraldas, também na Grande BH.
A reportagem do Estado de Minas foi ao local e se deparou com centenas de carcaças de peixes boiando e se estendendo sobre as margens do rio. A contaminação não era visível a olho nu.
À época, o que mais preocupou pesquisadores, ambientalistas e moradores ribeirinhos é que a mortandade atingiu justamente espécies que, apesar de viverem em um ambiente já comprometido, ainda conseguiam resistir. Entre elas estão o pacamã e o surubim, este último na lista de espécies ameaçadas de extinção.