O incêndio que atingia a Serra de São José, no Campo das Vertentes, em Minas Gerais, foi controlado depois de quatro dias de intensos trabalhos. Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo foi extinto nas áreas do Solar da Serra, Região do Mangue e Trilha do Carteiro.

Mesmo com o controle das chamas, as equipes permanecem no local nesta quinta-feira (9/10) para monitorar possíveis focos remanescentes e garantir que não haja reignição.


O incêndio que atinge a Serra de São José, no Campo das Vertentes, em Minas Gerais, desde o último domingo (5/10), retrata o cenário que persiste no estado. De acordo com dados do Corpo de Bombeiros (CBMMG), apenas na primeira semana deste mês, período de auge do tempo seco, o estado registrou 950 ocorrências de fogo em vegetação. As chamas na Serra se propagaram rapidamente e exigiram reforços de pelo menos quatro municípios que abrangem a Área de Proteção Ambiental.


As chamas começaram no fim de semana em uma área situada entre São João del-Rei e Tiradentes. A Serra de São José ainda acompanha parte das cidades vizinhas de Santa Cruz de Minas e Prados. Na segunda-feira (6/10), quatro militares e 15 brigadistas atuaram no monitoramento e visualização do local. O comandante do Corpo de Bombeiros em São João del-Rei qualificou a situação como grave e anunciou reforços.

A preocupação maior dos bombeiros é tentar evitar que o fogo alcance outras áreas da serra Leandro Couri/EM/D.A. Press
No início eram quatro bombeiros e 15 brigadistas atuando no combate ao fogo Leandro Couri/EM/D.A. Press
A Serra de São José é considerada uma moldura da cidade de Tiradentes. Leandro Couri/EM/D.A. Press
Em função dos riscos aos combatentes, as atividades em campo são interrompidas durante o período noturno Leandro Couri/EM/D.A. Press
O fogo começou no início da noite de domingo e se intensificou na manhã de segunda-feira Leandro Couri/EM/D.A. Press
Um grupo de veterinários das duas cidades se apresentou para prestar os primeiros socorros aos animais atingidos pelo fogo Leandro Couri/EM/D.A. Press
São 12 bombeiros, 15 voluntários do Instituto Estadual de Florestas (IEF), 10 voluntários da Defesa Civil de Tiradentes e São João del-Rei, além de brigadistas Leandro Couri/EM/D.A. Press
Uma aeronave, estilo Air Tractor, também atua no local jogando água diretamente nos focos mais inacessíveis Leandro Couri/EM/D.A. Press
O efetivo, é composto por bombeiros de São João del Rey e Barbacena, além de brigadistas do IEF e voluntários Leandro Couri/EM/D.A. Press


O fogo atingiu principalmente as regiões conhecidas como Mangue, Trilha do Carteiro e Solar da Serra. Por causa do tempo seco e dos ventos fortes, o fogo se alastrou rapidamente. “Há muitos focos espalhados por toda a região, o que dificulta bastante a organização do combate. O relevo acidentado torna muito difícil o acesso às áreas atingidas. Trata-se de um trabalho muito complexo”, explicou o sargento Bruno Teófilo Dias, chefe da equipe que atua no local.


Efetivo


Ontem, o tenente Radamés Lucas Hipólito, comandante do 2º Pelotão de Bombeiros de São João del-Rei, anunciou reforços. “Além de uma equipe de combate do Pelotão de São João del-Rei, virão mais militares do Núcleo de Incêndios Florestais (NIF) da Companhia Independente de Barbacena”, afirmou. Ao todo, cerca de 27 combatentes, utilizaram bombas costais e abafadores contra o fogo. Em função dos riscos aos militares e a baixa visibilidade, as atividades foram interrompidas durante o período noturno.


Além da equipe em terra, a operação contou com apoio aéreo. Duas aeronaves Air Tractor e Guará 01, do Instituto Estadual de Florestas, lançaram água diretamente nos focos inacessíveis. “Elas provocam o resfriamento, abaixando as chamas e permitindo o acesso efetivo dos agentes. No início da manhã (ontem) tivemos mais sucesso, combatendo uma frente. Mas no período da tarde, com o aumento das temperaturas, alguns focos voltaram, houve reignição em alguns pontos. O incêndio vai entrar no 4º dia de combate, a previsão é que seja debelado hoje”, comunicou Radamés. Um helicóptero também trabalhou colocando as equipes em campo.


Patrimônio verde


A Serra de São José é considerada um patrimônio de Tiradentes, e uma moldura para a cidade. Localizada na bacia hidrográfica do Alto do Rio Grande, a área abrange, além de São João del-Rei e Tiradentes, os municípios de Prados, Coronel Xavier Chaves e Santa Cruz de Minas.


Incluindo mata atlântica, cerrado e campo rupestre em uma rica diversidade de ecossistemas, a Serra tem 13 quilômetros de extensão e uma altitude máxima de 1.400 metros.

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A Área de Proteção Ambiental (APA) São José e o Refúgio Estadual de Vida Silvestre (REVS) Libélulas da Serra de São José possuem 4.648,3 e 3.709,79 hectares, respectivamente, formando as duas unidades de conservação no local. Elas resguardam as nascentes do Rio das Mortes e do Rio Carandaí, que juntos formam a bacia do Rio Grande.

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