Um homem que se passava por policial civil para aplicar golpes foi preso no Bairro Tropical, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nessa quarta-feira (8/10). O suspeito já estava sendo investigado pela Divisão Especializada de Combate à Corrupção, Investigação a Fraudes e Crimes contra a Ordem Tributária (Deccof) pelos crimes de estelionato, extorsão, usurpação de função pública e ameaça.
Até o momento, três vítimas procuraram a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). O prejuízo estimado às vítimas é de R$ 600 mil. De acordo com a corporação, o homem se passava por policial para convencer empresários a participar de supostas parcerias comerciais voltadas à venda de celulares.
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Para dar credibilidade ao golpe, os investigadores descobriram que o homem enviava fotos de um suposto grande estoque de aparelhos celulares. Durante as negociações, ele solicitava que parte do pagamento fosse realizado de maneira antecipada. No entanto, depois que as vítimas faziam as transferências os produtos não eram entregues.
Segundo o delegado Anderson Resende Kopke, responsável pelas investigações, quando as vítimas começavam a cobrar o suspeito, ele passava a ameaçá-las afirmando ser investigador da PCMG e que seu pai seria um delegado da corporação. Para confirmar sua versão, o homem mandava fotos de uma arma falsa e de viaturas.
Em uma das ocasiões, o investigado afirmou ser delegado e, adotando um tom intimidador, teria determinado que a vítima “baixasse a bola” ao falar com um policial. “Além do estelionato, entendemos que houve extorsão e ameaça”, explica Kopke.
Passado de crimes
Após a prisão preventiva, o homem passou por audiência de custódia, na qual foi determinada a manutenção da reclusão. Apesar desta ser a primeira vez que ele foi preso, conforme os investigadores, o suspeito possui mais de 30 registros policiais em Minas Gerais contra ele. Além da quantidade de boletins de ocorrência, chama a atenção que a maioria deles são por estelionato.
O delegado acredita que as vítimas não levaram as denúncias adiante por acreditarem na versão de que o suspeito fazia parte da segurança pública do estado. Até o momento, os policiais já identificaram três vítimas.
“Ele já vem utilizando de supostas influências na Polícia Civil ou se passando por policial civil há muito tempo. Nesse caso, a vítima procurou a delegacia para denunciar e, enquanto a investigação era feita, ele continuou ameaçando a vítima”.
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Durante a prisão foram apreendidos um carro da marca Mercedes, que está com impedimento de circulação por apropriação indébita, a arma falsa que era usada pelo investigado, dois celulares e um notebook. Os investigadores, no entanto, não encontraram supostos uniformes da corporação que o homem usava para enganar as vítimas.