Angústia e esperança. É o que sentem os familiares de Luiz Gustavo Santiago, de 23 anos. Há seis dias, de 4h às 22h, eles vão às margens do Ribeirão Arrudas, em Belo Horizonte, à procura do jovem que caiu no córrego na madrugada da última quarta-feira (8/10), como conta Igor Santiago, irmão do desaparecido. Até a tarde desta segunda-feira (13/10), o único vestígio encontrado e divulgado pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) foi o capacete que Luiz Gustavo usava no momento da queda. 

 

Na garupa de uma motocicleta, Luiz Gustavo estava transitando na Avenida dos Andradas quando um carro teria fechado o veículo e provocado a queda dele e do amigo que pilotava no Ribeirão Arrudas. Eles caíram em um trecho do córrego entre a Faculdade da Santa Casa e o Shopping Boulevard, na Região Centro-Sul da capital mineira. 

Na ocasião, o condutor da moto foi resgatado em segurança, de acordo com o CBMMG, e encaminhado ao Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII, mas Luiz Gustavo não foi localizado. Desde então, a família dele vive um momento de agonia, segundo Igor Santiago, que está à procura do irmão. “Todos os dias. Todos os dias desde terça-feira”, conta ele sobre as buscas. 

Apenas o capacete encontrado pelo Corpo de Bombeiros em um ponto do córrego na altura da Rua Marzagânia, na Região Leste de BH, na tarde desse domingo (12/10). A família de Luiz Gustavo segue no escuro. Os dias de buscas terminam da mesma maneira: ainda sem o jovem. No sábado (11/12), a corporação foi acionada para um possível encontro de corpo no ribeirão, mas verificou que se tratava de um amontoado de resíduos presos em roupas e um cobertor. 

Igor afirma que eles estão utilizando drones próprios para localizar Luiz Gustavo, mas teme que o corpo possa estar preso no fundo do Arrudas, o que impediria a visualização. As buscas estão sendo acompanhadas pelo pai do desaparecido, Wesley Santiago, de 41 anos, e pela companheira de Luiz Gustavo, Vitória Beatriz Amaral, de 20, que está grávida de seis meses. O casal tem também uma filha de 3 anos. Luiz Gustavo trabalha como repositor terceirizado em um galpão dos Correios na BR-040.

Bombeiros na busca

De acordo com os bombeiros, nesta segunda-feira (13/10), as buscas continuam com guarnições do 1º BBM, que percorre novamente o trajeto já vistoriado, e do 3º BBM, em Sabará, que realiza buscas em um ponto mais distante. Há a hipótese de que o jovem tenha sido arrastado em direção ao município na Região Metropolitana de BH com as chuvas do final de semana.

“Desde o início dos trabalhos, já foram realizadas varreduras no leito do rio desde o ponto em que ocorreu o fato até área limite próximo à Copasa. Os militares vêm mantendo contato com a família e amigos da vítima a fim de levantar pistas e também informar sobre os trabalhos”, afirma o CBMMG. Até o momento, drones têm sido o recurso tecnológico utilizado nas buscas. 

A corporação está utilizando como referência o ponto em que o piloto da motocicleta foi resgatado. “Ficamos atentos a tudo, mas o foco continua dali para baixo. Fazemos cobertura nos arredores, usamos técnicas de acesso e diferentes equipes passam pelos mesmos locais mais de uma vez”, explicou o tenente Moura, do 1º Batalhão de Bombeiros Militar. 

Segundo o militar, além do percurso no leito, há buscas com vasculhamento das galerias, troca de informações com outros órgãos de segurança e articulação de busca de informações com moradores e transeuntes de regiões onde a pessoa possa estar ou ter passado.

Buscas nas águas

O tenente Moura afirma que a configuração do Arrudas permitiria a visualização, uma vez que o córrego não é fundo em alguns trechos em épocas como outubro, já que não há um grande volume de chuvas. No entanto, pela água ser contaminada e turva, a visualização fica comprometida. “Se eu estou visualizando a pessoa, não há dúvidas, vou entrar. Se não a vejo, não tem como fazermos uma busca submersa”, explicou o tenente Moura.  

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À reportagem, Igor Santiago, irmão de Luiz Gustavo, afirmou que acredita que buscas na água seriam fundamentais para localizar o jovem, caso o corpo dele esteja submerso em algum ponto do córrego. Para ele, a procura deveria continuar à noite também, mas o CBMMG afirma que a operação é interrompida ao anoitecer em função dos riscos que apresenta para os bombeiros.

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