Quase um mês após chegada, leoa-branca morre no Zoológico de BH
Animal sofreu parada cardiorrespiratória durante anestesia para tratamento dentário; leões-brancos haviam chegado à capital em outubro
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A leoa-branca Pretória de 14 anos , uma das moradoras do Zoológico de Belo Horizonte, morreu nessa terça-feira (11/11) durante um procedimento veterinário. O animal, que havia chegado à capital mineira há menos de um mês, sofreu uma parada cardiorrespiratória durante anestesia e morreu, informou a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
Pretória e o macho Mafu, ambos leões-brancos (Panthera leo krugeri) vindos do Parque Beto Carrero World, chegaram ao Zoo da capital no dia (15/11). Ainda filhotes, eles cresceram sob cuidados humanos e agora reforçavam o plantel da instituição, integrando programas nacionais e internacionais de conservação, com possibilidade de reprodução e futura reintrodução em áreas naturais.
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O casal, que já viveu junto por vários anos e teve quatro filhotes, o último em 2018, vinha sendo acompanhado de perto pela equipe técnica do zoológico. Desde a chegada, os dois estavam sob monitoramento intensivo de veterinários, biólogos e zootecnistas, em um processo de adaptação ao novo recinto, localizado na área de visitação do parque.
A leoa apresentava uma fratura coronal nos dentes caninos inferiores, com exposição e possível necrose da polpa dentária, lesão identificada no zoológico de origem. O procedimento odontológico estava previsto para esta terça-feira (11/11), junto aos exames gerais de quarentena, visando garantir o bem-estar do animal. Durante a indução anestésica, Pretória apresentou uma parada cardiorrespiratória.
Em nota, a PBH lamentou a morte do animal e informou que todas as medidas de ressuscitação foram executadas pela equipe veterinária, mas sem sucesso. “Todo o procedimento anestésico foi conduzido por profissionais com larga experiência na área”, destacou o comunicado. A necropsia foi realizada pelo Setor de Patologia da Escola de Veterinária da UFMG, que irá investigar a causa exata da morte. O corpo da leoa será encaminhado para o Museu de História Natural da PUC Minas.
Qual é a origem do leão-branco?
O leão-branco (Panthera leo krugeri), variante leucística do leão-africano, apresenta pelagem clara devido ao leucismo, mutação genética que inibe parcialmente a produção de melanina diferente do albinismo. Os olhos podem ser amarelos ou azuis, sem prejuízo da visão. Um adulto pode atingir até 3 metros de comprimento e pesar mais de 130 quilos.
Na natureza, a expectativa de vida é de cerca de 19 anos, podendo chegar a 29 anos em cativeiro. Esses leões habitam savanas, florestas e áreas desérticas do sul da África, principalmente na região de Greater Timbavati e no Parque Kruger Central. Hoje, existem apenas 18 indivíduos na natureza e menos de 300 em cativeiro.
Conheça os hábitos da espécie
Leões-brancos são carnívoros. A dieta semanal fornecida no Zoo gira em torno de 30 kg de carne, incluindo bovina e frango, ajustada individualmente por zootecnistas. A equipe técnica realiza acompanhamento detalhado, incluindo avaliação de saúde, nutrição e comportamento, assegurando bem-estar e adaptação adequada.
Os leões-brancos participam de programas internacionais de conservação, incluindo reprodução planejada e monitoramento genético. Desde 2004, os esforços permitiram a reintrodução de leões-brancos em áreas naturais, incluindo três prides de alta integridade genética na região de Timbavati/Kruger. Atualmente, existem apenas 18 leões-brancos na natureza e menos de 300 em cativeiro.
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Para o nascimento de filhotes brancos, ambos os pais precisam ser brancos ou portadores do gene recessivo, o que gera uma probabilidade de 25% a 100% de descendência com pelagem clara.