Ação visa colocar fim ao feminicídio e foca a violência digital
No primeira manhã da operação 87 homens já foram presos em MG, sendo 29 em BH
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No dia do lançamento da segunda fase da Operação Amparo, que visa apoiar mulheres e meninas vítimas de violência doméstica, a Polícia Civil anunciou a prisão em Minas Gerais de 87 homens, todos agressores, sendo 29 em Belo Horizonte.
Um total de 400 policiais civis participa da operação, que tem previsão do cumprimento de 104 mandados de prisão, 60 de busca e apreensão, além de 364 visitas tranquilizadoras a vítimas de agressões domésticas e fiscalização do cumprimento de medidas protetivas em favor das vítimas.
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“Hoje, são 60 unidades do Defam [Departamento Estadual de Investigação, Orientação e Proteção à Família] em todo o estado de Minas Gerais. a última delas, inaugurada esta semana, em Ituiutaba”, ressalta a delegada Letícia Gamboge, chefe da Polícia Civil.
A chefe do Defam, Danúbia Quadros, ressalta que neste ano de 2025, a ONU fez um alerta gravíssimo, que é o uso da violência digital, que atinge, principalmente, meninas e adolescentes.
O balanço foi anunciado na manhã desta quarta-feira (19/11), também com a presença da delegada Larissa Maia, diretora do Defam, e do delegado Aloísio Fagundes.
Ações
Além das medidas adotadas nessa segunda fase da Operação Amparo, também há o lançamento de ações educativas e repressivas aos crimes de violência contra a mulher.
“Serão 21 dias de ativismo de proteção a meninas e à mulher adulta. O ativismo tem início, nesta quarta-feira e vai até o dia 10 de dezembro. Faremos uma série de eventos com o objetivo de por fim esse tipo de violência”, diz ela.
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Entre as ações, destaque para o encontro comemorativo da criação do Defam, que está completando 40 anos neste 19 de novembro. “A primeira delegacia de proteção à mulher foi criada em São Paulo e a segunda, aqui, em Minas Gerais”, diz a delegada Gamboge.
Nesse encontro de 1º de dezembro participarão todas as delegadas de delegacias de proteção à mulher em Minas Gerais - ao todo, 60 mulheres. Além disso, haverá convidados, como sociólogos e representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento.
Haverá ainda palestras em escolas e lugares públicos. Serão feitas duas visitas a Quilombos, pelo fato de o dia 20 ser o Dia da Consciência Negra. No dia 7 de dezembro, haverá uma caminhada, de mulheres, em local ainda a ser determinado.
A delegada gamboge lembra que hoje existe, dentro do DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), um núcleo de investigação de feminicídio, mas que o objetivo é que este não seja mais utilizado. “Não queremos a atuação do núcleo, ou seja, não queremos que o feminicídio aconteça”.
Alerta da ONU
A violência digital, segundo a ONU, é toda ação praticada por meio de tecnologias, como celulares, internet, redes sociais e e-mails. Isso, segundo as delegadas, causa um dano enorme, além de constrangimento, humilhação, ameaça à mulher.
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Quais são esses crimes?
- Divulgação não consentida de imagens íntimas, conhecido como “pornografia de vingança”;
- Ameaças e chantagens envolvendo fotos, vídeos ou informações pessoais;
- Criação de perfis falsos para difamar, expor ou controlar a vítima;
- Monitoramento e perseguição on-line, o talking digital;
- Invasão de contas, celulares ou e-mails para obtenção de dados privados;
- Disseminação de boatos e comentários ofensivos sobre a vida pessoal ou aparência da mulher;
- Controle de senhas e restrição de acesso às redes sociais por parceiros ou ex-companheiros;
- Manipulação de imagens com o intuito de humilhar ou sexualizar sem consentimento.