Caso Alice: protesto por justiça será realizado em BH neste domingo (23)
Manifestação será às 14h, em frente à pastelaria onde trabalham os suspeitos de agredir Alice, na Rua Sergipe com a Avenida do Contorno
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Um protesto para reivindicar justiça por Alice Martins Alves, de 33 anos, será realizado em Belo Horizonte neste domingo (23/11). A data marca um mês desde a agressão sofrida por Alice, que era uma mulher trans. Ela morreu no dia 9 de novembro devido a complicações dos ferimentos sofridos em 23 de outubro.
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Ao Estado de Minas, a irmã de Alice, Gabrielle Martins, informou que a manifestação será às 14h, em frente à pastelaria onde os suspeitos de agredirem Alice trabalham, na Rua Sergipe com a Avenida do Contorno, no Bairro Savassi, Região Centro-Sul de BH.
De acordo com investigações em andamento da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), o ataque contra Alice teria sido motivado por uma conta de R$ 22 não paga pela vítima, que havia consumido bebida em uma tradicional pastelaria. No entanto, os investigadores da corporação acreditam que o crime também pode ter tido caráter transfóbico.
A PCMG confirmou que os dois principais suspeitos de terem cometido as agressões são funcionários do estabelecimento onde Alice havia consumido na noite do crime. Até o fechamento desta reportagem, eles ainda não haviam sido presos.
Agressão
Após a agressão, Alice perdeu a consciência e foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Em um primeiro momento, foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento Centro-Sul. Dez dias depois, em 2 de novembro, foi levada de ambulância para o Pronto Atendimento do Hospital da Unimed, em Contagem, na região metropolitana. Na unidade de saúde, exames de imagem apontaram fraturas nas costelas, cortes no nariz e desvio de septo.
Em 8 de novembro, os médicos diagnosticaram uma perfuração no intestino, possivelmente causada por uma das costelas quebradas ou, segundo suspeita do pai da vítima, Edson Alves Pereira, agravada pelo uso de anti-inflamatórios após a agressão. Com o diagnóstico, Alice foi submetida a uma cirurgia de emergência, mas não resistiu à infecção generalizada e morreu.
Cartazes na Praça Sete
Em cartazes afixados na Praça Sete, no Centro de BH, manifestantes reivindicam a garantia dos direitos de pessoas trans, assim como justiça para aquelas que foram vítimas de homicídio, como Alice.
“Não queremos apenas sobreviver; queremos viver com plenitude, dignidade e direitos garantidos pela Constituição de 1988”, consta em um dos cartazes afixados, cujo formato e cores remetem à bandeira do Brasil. “Vidas trans também são vidas”, está escrito em outro.
Os cartazes são acompanhados por fotos de mulheres trans vítimas de homicídio, como Alice, agredida no Bairro Savassi, Região Centro-Sul de BH, e Christina Maciel Oliveira, de 45 anos, espancada até a morte no dia 20 de outubro em Venda Nova, na capital mineira. “A nossa ‘transcestralidade’ nos dá força para lutar por Indianara, Danny, Kaya, Cris, Alice e todas que morrem – direta ou indiretamente – assassinadas”, consta em um dos cartazes.
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