Em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, 16 possíveis casos de sarampo estão em investigação pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde da cidade, de acordo com a pasta estadual.
As duas primeiras notificações de suspeita para a doença no município foram recebidas em 13 de outubro. Entre os dias 27/10 a 4/11, a pasta recebeu 14 novos registros de casos a serem investigados em Uberlândia.
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A SES-MG informa que os envolvidos nas 14 últimas notificações se encontram clinicamente bem e em monitoramento. A pasta afirma ainda que exames preliminares em quatro dos 16 possíveis casos tiveram resultados não sugestivos para sarampo. No entanto, a pasta afirma que as amostras ainda vão passar por outras análises para descarte definitivo, conforme preconizado em protocolo.
Nos nove primeiros casos notificados, a Secretaria de Estado de Saúde confirmou que todos envolviam crianças. Nos demais, a pasta não especificou as idades. O Estado de Minas pediu um posicionamento da Prefeitura de Uberlândia sobre os casos em investigação, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
De acordo com a SES-MG, o sarampo é uma doença altamente contagiosa, transmitida por meio da tosse, espirro, fala ou respiração. Os principais sintomas incluem febre, manchas vermelhas na pele que se iniciam na cabeça e se espalham pelo corpo, tosse seca, coriza e conjuntivite.
Primeiros casos
Os dois primeiros possíveis casos de sarampo em Uberlândia referem-se a crianças de 1 ano de idade. A SES-MG informou que elas apresentaram febre, manchas vermelhas (exantema) e sintomas respiratórios leves, sem registro vacinal para a tríplice viral. Com relação às demais investigações, a Secretaria Estadual de Saúde não informou a respeito dos sintomas e histórico de vacinas.
Os exames iniciais não permitiram descartar ou confirmar que as duas crianças estavam com sarampo. No dia 30 de outubro, novas coletas foram realizadas. De acordo com a SES-MG, as amostras foram encaminhadas para processamento na Fundação Ezequiel Dias (Funed) e estão sendo enviadas ao laboratório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Rio de Janeiro para “análise e homologação dos resultados relacionados ao sarampo”.
“As crianças encontram-se em bom estado geral, em recuperação domiciliar, sob acompanhamento da equipe de Atenção Primária e da Vigilância Epidemiológica Municipal”, informou a secretaria.
Reforços
A partir das duas primeiras suspeitas, a SES-MG afirma que reforçou às unidades e aos profissionais de saúde de Uberlândia a importância da notificação e investigação quando o paciente apresenta sintomas compatíveis com a doença.
A SES-MG enviou a Força Estadual do SUS a Uberlândia nos dias 4 e 5 de novembro para apoiar os municípios da regional na investigação dos casos suspeitos de sarampo. “A iniciativa tem como objetivo fortalecer a preparação e a vigilância epidemiológica, intensificar as medidas de prevenção e contenção da doença, além de ampliar as estratégias de vacinação”, afirmou a pasta à época.
Vacinação
A SES-MG enfatiza que a prevenção ao sarampo depende principalmente da vacinação, que se caracteriza como “segura, eficaz e oferecida gratuitamente pelo SUS”. A vacina tríplice viral deve ser administrada conforme o calendário vacinal, com doses específicas para crianças, adolescentes e adultos.
A Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia informa que continua, desde a semana passada, “intensificando as ações de bloqueio vacinal e a busca ativa para a imunização de, aproximadamente, 3,6 mil crianças menores de quatro anos que estejam com a tríplice viral em atraso”.
De acordo com a pasta municipal, atualmente, a taxa de cobertura da vacina tríplice viral em Uberlândia, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, é de 89,41% para a primeira dose e 82,26% para a segunda.
“A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é de 95%, e, portanto, o município, além das ações, convoca os pais a levarem seus filhos para vacinar nos mais de 70 pontos de vacinação espalhados pela cidade”, afirmou.
Isolamento
Em casos suspeitos, a SES-MG afirma que é essencial manter o isolamento, adotar medidas de higiene respiratória, como cobrir a boca ao tossir e higienizar as mãos, e garantir a notificação imediata de casos à Vigilância Epidemiológica.
Sobre os casos de Uberlândia, a pasta estadual de saúde diz que, desde as notificações iniciais, todas as medidas de saúde pública recomendadas foram desencadeadas, dentre elas:
• Investigação epidemiológica e coleta de amostras para diagnóstico laboratorial;
• Monitoramento e acompanhamento dos contatos próximos;
• Bloqueio vacinal seletivo nas áreas envolvidas;
• Busca ativa de novos casos e intensificação da vacinação no município;
• Orientação às unidades de saúde para notificação imediata e verificação do esquema vacinal.
