Amigos e familiares de Alice Martins, de 33 anos, vão prestar uma homenagem a ela neste sábado (15/11), em uma missa de sétimo dia. A mulher trans foi espancada no dia 23 de outubro após sair de um bar, na Savassi, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. 

A cerimônia ocorrerá na Paróquia São Sebastião, localizada na Rua Úrsula Paulino, 1.555, no Bairro Betânia, Região Oeste da cidade. A missa está prevista para às 18h30.

Alice foi perseguida e atacada por dois homens na madrugada de 23 de outubro. Durante o registro de ocorrência, em 5 de novembro, a mulher relatou que não conhecia os suspeitos e identificou um deles apenas como homem branco, de cabelos escuros e usando calça jeans e camisa preta.

De acordo com a Polícia Civil, o crime teria sido motivado por uma dívida de R$ 22 da vítima com o estabelecimento. No dia do crime, ela teria consumido no local e saído sem pagar. Foi então perseguida e atacada. No entanto, os investigadores também trabalham com a hipótese de transfobia devido à intensidade das agressões.

Após a agressão, a mulher perdeu a consciência e foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Em um primeiro momento, foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento Centro-Sul. Dez dias depois, em 2 de novembro, ela foi levada de ambulância para o Pronto Atendimento da Unimed Contagem, onde exames apontaram fraturas nas costelas, cortes no nariz e desvio de septo.

No último sábado, os médicos diagnosticaram uma perfuração no intestino, possivelmente causada por uma das costelas quebradas ou, segundo suspeita do pai, agravada pelo uso de anti-inflamatórios após a agressão. Alice foi submetida a uma cirurgia de emergência, mas não resistiu à infecção generalizada.

Bar se manifesta

Depois de receber diversos comentários em suas redes sociais, o bar Rei do Pastel, que tem sete unidades em Belo Horizonte, publicou uma nota afirmando que está colaborando com as investigações da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). O estabelecimento está no centro das apurações sobre o ataque contra Alice após um áudio divulgado à imprensa afirmando que os dois homens suspeitos das agressões seriam funcionários do local.

Na nota, divulgada na tarde desta sexta-feira (14/11), o estabelecimento afirmou que desde que foi procurado pelos investigadores se colocou à disposição das autoridades e entregou todos as informações solicitadas. “Estamos aguardando e confiantes no trabalho sério e eficiente que vem sendo executado pela polícia, com certeza da correta apuração dos fatos e devida culpabilidade dos envolvidos.”

A pastelaria também afirmou que não “compactua” com ações discriminatórias referentes à identidade de gênero, orientação sexual, raça ou qualquer outra natureza. “Ressaltamos a nossa solidariedade aos familiares e amigos de Alice”, ressaltou o Rei do Pastel.

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