CRIME

Casal sofre racismo em prédio de BH: 'Tenho nojo de preto', diz moradora

Ataque ocorreu em área comum de edifício no hipercentro da capital mineira; em 2019, a agressora já havia sido presa por discriminação racial contra um taxista

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Um casal de Itaquaquecetuba (SP), que veio a Belo Horizonte para passar o Natal e o Réveillon em família, acabou sofrendo um ato de racismo absolutamente gratuito. Ao entrar em um elevador na portaria do edifício onde o filho Miguel Gusmão Bouças, de 23 anos, reside, no hipercentro da capital, o professor Fábio dos Santos Bouças, de 51 anos, e a psicóloga Eneida Aparecida Gusmão Bouças, de 43, foram hostilizados por uma moradora: "tenho nojo de preto", disse a mulher.

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"Nós ficamos em estado de choque, sem entender o que tinha acontecido, se realmente ela tinha dito aquilo", relata Eneida. "Nós já estamos acostumados a lidar com um racismo mais sutil, um racismo estrutural, mas, explicitamente, foi a primeira vez", complementa. Toda a ação foi registrada pelas câmeras de vigilância do edifício: assista!

De posse das imagens, o casal registrou, nesta segunda-feira (29/12), um Boletim de Ocorrência (BO) contra a mulher, identificada como Natália Burza Gomes Dupin, de 42 anos. "O síndico nos deu todo suporte, todo o apoio", afirma a psicóloga.

Pouco antes do ataque verbal, Natália já havia cometido outra hostilidade contra as vítimas. A moradora havia descido para buscar uma encomenda e, quando notou o casal, olhou de maneira agressiva e cuspiu no chão. "Eu já comentei com meu esposo: tem alguma coisa errada, essa mulher não gostou da nossa presença; essa é uma atitude racista", conta Eneida. Em seguida, a mulher retornou à portaria e verbalizou o preconceito.

"Eu entrei em estado de choque. Fiquei extremamente abalada, minha pressão subiu e, hoje, depois de termos passado na delegacia e recebido orientação, estamos conseguindo refletir melhor sobre o que aconteceu", desabafa Eneida. "Estragou, aqui, o nosso passeio. Foi muito complicado, muito difícil pelo que a gente passou", complementa Fábio.

Miguel, que é estudante de Direito na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), reside no edifício há cerca de um ano e meio e desconhecia a agressora. "A gente mora aqui desde então, e a gente não teve nenhuma intercorrência com ela", explica. "Foi o primeiro contato, inclusive, que a gente teve com essa vizinha. Foi esse contato ridículo, absurdo", conclui.

Histórico de racismo

Essa não é a primeira vez que Natália Burza Gomes protagoniza um ato de racismo. Em 2019, a mulher foi presa por discriminação racial ao dizer a um taxista que não andaria com negros. O caso ocorreu na Avenida Álvares Cabral, no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul da capital. Quando o motorista respondeu que chamaria a polícia, ela ainda teria cuspido no pé dele.

De acordo com informações prestadas na época pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), mesmo detida, a mulher permaneceu agressiva. Ela teria chamado uma sargento de "sapatão" quando já estava na delegacia. Posteriormente, ela pagou fiança e foi libertada. 

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A reportagem não conseguiu entrar em contato com Natália. O espaço está aberto. 

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