Por que os cardeais trocam de nome quando se tornam papas?
A escolha do nome pontifício é uma tradição que remonta ao século VI; entenda
compartilhe
Siga noApós se tornar papa, é esperado que um cardeal altere seu nome. O papa Francisco, por exemplo, se chamava Jorge Mario Bergoglio. Essa é uma tradição que remonta ao século VI, quando começou o papado de João II, no ano de 543.
Ao se tornar papa, ele decidiu abrir mão do seu nome de batismo, Mercúrio, por considerá-lo inadequado, por ser o nome de uma divindade pagã. Ele então resolveu adotar o mesmo nome de um papa anterior, começando uma tradição que remete até hoje.
Leia Mais
Há também uma referência a Jesus, que, ao indicar São Pedro para ser o primeiro papa, mudou o nome do pescador Simão para Pedro, dizendo que ele seria a pedra sobre a qual se ergueria a Igreja. Para os católicos, o papa escolhe um novo nome ao assumir o Vaticano como uma forma de sinalizar ao mundo a sua nova identidade e a missão que pretende desempenhar. A escolha do novo nome reflete intenções teológicas, históricas e políticas, e serve como "primeira declaração" do seu pontificado.
- Por que o próximo papa não deve se chamar Pedro?
- Quem é a brasileira que leu a Oração Universal na abertura do conclave
A rigor, o papa pode escolher o nome que quiser para ser chamado durante seu pontificado. Mas existem dois critérios que são adotados pelos últimos papas. Em primeiro lugar, muitos escolhem homenagear apóstolos de Jesus , com nomes como João, Paulo ou João Paulo.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
Mas a escolha representa também a linha de administração do papa. Quando o polonês Karol Wojtyla optou pelo nome João Paulo II, era um sinal de que ele seguiria a condução dos antecessores João XXIII, Paulo VI e João Paulo I, que pregavam uma reforma cautelosa na estrutura da Igreja.
Alguns nomes como Pio seriam muito conservadores. Já nomes João indicariam abertura a reformas.