Formada pela UFMG, atua no jornalismo desde 2014 e tem experiência como editora e repórter. Trabalhou na Rádio UFMG e na Faculdade de Medicina da UFMG. Faz parte da editoria de Distribuição de Conteúdo / Redes Sociais do Estado de Minas desde 2022
Juliana Marins foi encontrada morta crédito: Instagram/Reprodução
O guia que acompanhava Juliana Marins pela trilha no Monte Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia, negou ter abandonado a brasileira antes de ela cair em uma ribanceira, na última sexta-feira (20/6). A família da jovem anunciou, nesta terça-feira (24/6), que a equipe de resgate chegou até ela após quatro dias de buscas. No entanto, ela foi encontrada morta.
“Hoje, a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido”, diz o texto publicado nas redes sociais.
Em entrevista ao jornal O GLOBO, o guia Ali Musthofa contou que aconselhou Juliana a parar para descansar, enquanto o resto do grupo seguia a trilha. No entanto, ele afirma que esperou pouco à frente do local onde ela parou. Segundo o profissional, ele ficou apenas "três minutos" à frente de Juliana e voltou para procurá-la ao estranhar a demora da brasileira para chegar ao ponto de encontro.
“Na verdade, eu não a deixei, mas esperei três minutos na frente dela. Depois de uns 15 ou 30 minutos, a Juliana não apareceu. Procurei por ela no último local de descanso, mas não a encontrei. Eu disse que a esperaria à frente. Eu disse para ela descansar. Percebi [que ela havia caído] quando vi a luz de uma lanterna em um barranco a uns 150 metros de profundidade e ouvi a voz da Juliana pedindo socorro. Eu disse que iria ajudá-la. Tentei desesperadamente dizer a Juliana para esperar por ajuda”, afirmou.
O guia também relatou que ligou para a empresa em que trabalha pedindo para acionar o resgate. “Liguei para a organização onde trabalho, pois não era possível ajudar a uma profundidade de cerca de 150 metros sem equipamentos de segurança. Eles deram informações sobre a queda de Juliana para a equipe de resgate e, após a equipe ter conhecimento das informações, correu para ajudar e preparar o equipamento necessário para o resgate”, declarou.
O profissional faz trilhas com turistas na região uma vez por semana, desde novembro de 2023. Ele contou que prestou depoimento à polícia no domingo, quando desceu da montanha.
A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que havia desaparecido após escorregar e cair em um penhasco no Monte Rinjani, na Indonésia, foi encontrada morta. Montagem/Reprodução/Redes Sociais
Ela foi vista com vida pela última vez em imagens de drone, num espaço pequeno do paredão, onde ainda estava se movimentando. Reprodução de vídeo de drone
Depois, segundo as autoridades locais, Juliana foi localizada por um drone a cerca de 500 metros de profundidade no penhasco, mas sem se mover Reprodução/Instagram
A confirmação de que Juliana não havia resistido veio pelas redes sociais. A família vinha acompanhando o caso com angústia. Reprodução de redes sociais
As tentativas de resgate tinham sido infrutíferas. Duas equipes de resgate tentaram alcançá-la, mas por conta das condições do terreno, neblina e obstáculos, a instalação de ancoragens não foi possível, forçando a retirada dos socorristas por segurança. Reprodução/Instagram
Executar um resgate no local é considerado algo extremamente complexo por conta do relevo acidentado e das condições climáticas. Reprodução/Instagram
Uma reunião com o governador da província de Sonda Ocidental avaliou a possibilidade de uso de helicópteros, dentro da chamada “janela de ouro” de 72 horas. Reprodução/Instagram
No entanto, o chefe do resgate destacou que, embora tecnicamente possÃvel, a operação exigiria um helicóptero "adequado" e enfrentaria riscos devido à s rápidas mudanças climáticas. Montagem/Reprodução/Instagram
"A equipe permanece de prontidão e comprometida em continuar os melhores esforços em prol da segurança e da humanidade. A natureza deve ser respeitada, a segurança continua sendo o principal fator", disse um comunicado. Reprodução/Instagram
Juliana participava de uma trilha de três dias pelas encostas do Monte Rinjani, considerada uma das mais difíceis da Indonésia, com altitudes superiores a 3.700 metros. Reprodução/Instagram
A brasileira foi vista pela última vez no sábado (21/06), por volta de 17h10 do horário local, em imagens de drone registradas por outros turistas. Desde então, está sem água, comida ou agasalhos. Montagem/Reprodução/Redes Sociais
Apesar das buscas terem sido retomadas nesta segunda-feira (23/06), as tentativas foram interrompidas devido às condições climáticas desfavoráveis. Wikimedia Commons/ Midori
A família, que tem divulgado informações pelas redes sociais, cobra urgência e acusa as autoridades de negligência. Reprodução/Redes Sociais
Fotos divulgadas em uma conta no Instagram dedicada ao caso mostram Juliana caminhando e posando para fotos pela trilha, momentos antes do acidente. Montagem/Reprodução/Redes Sociais
O Monte Rinjani é o segundo vulcão mais alto da Indonésia, localizado na ilha de Lombok, localizado a leste da capital Bali. Wikimedia Commons/Giovari max
Em altura, ele é superado apenas pelo Monte Kerinci, em Sumatra, que tem 3.805 metros. Wikimedia Commons/Muhamad Izzul Fiqih
A região ao redor do monte faz parte do Parque Nacional de Gunung Rinjani, uma área protegida de grande importância ecológica e cultural da Indonésia. Wikimedia Commons/Suryasriyama
A impressionante caldeira do vulcão, que abriga o lago Segara Anak, foi formada após uma erupção há cerca de 700 anos. Pexels/ROMAN ODINTSOV
No interior do lago, o cone vulcânico chamado "Gunung Barujari" continua ativo até os dias de hoje. Wikimedia Commons/Yon Ilahi
A região também é conhecida por suas trilhas desafiadoras, paisagens exuberantes e vistas panorâmicas que revelam tanto o oceano quanto os vales florestais da ilha. Eugene Chow/Unsplash
Para os habitantes locais, o Monte Rinjani tem um profundo significado espiritual. Maximus Beaumont/Unsplash
Muitos realizam peregrinações ao lago para fazer oferendas e rituais, acreditando que as águas possuam poderes de cura. Wikimedia Commons/Toni Wöhrl and Sang Cai
Além disso, o vulcão desempenha um papel importante na agricultura da região, pois suas encostas férteis sustentam plantações de arroz, café e outros cultivos. Unsplash/Samurai Cheems
Juliana caiu em uma ribanceira na última sexta-feira. Ela passou quatro dias na encosta, sem água, comida ou abrigo. Seis equipes de resgate atuavam nas buscas. Somente na segunda-feira os bombeiros conseguiram alcançá-la, entre 2.600 e 3.000 metros de altitude. A causa da morte ainda será determinada pelas autoridades locais.
Juliana era natural de Niterói, no Rio de Janeiro, e atuava como publicitária. Era apaixonada por viagens e esportes ao ar livre e fazia um mochilão pelo Sudeste Asiático desde fevereiro deste ano. Durante a viagem, ela passou pelas Filipinas, Tailândia e Vietnã.
Após o acidente, a brasileira não fez contato com a família diretamente, por falta de sinal. As informações chegaram até o Brasil por meio de um grupo de turistas que também fazia a trilha e conseguiu acionar pessoas próximas à vítima por meio de uma rede social. A família acompanhava tudo do Brasil e fazia atualizações diárias em um perfil criado para atualizar o caso.