Sarah Grace Patrick se entregou à polícia no início de julho, acusada de matar a mãe, Kristin Brock, e o padrasto, James Brock - (crédito: Facebook)
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Uma jovem de 17 anos daGeórgia, nos Estados Unidos, que comoveu as redes sociais com homenagens emocionadas pela morte da mãe e do padrasto, foi acusada de ser a própria autora do crime. Sarah Grace Patrick se entregou à polícia no início de julho, quase cinco meses depois do duplo homicídio ocorrido na casa da família.
Segundo a polícia local, Sarah cometeu o crime na noite de 20 de fevereiro deste ano, quando ainda tinha 16 anos. Ela atirou contra Kristin Brock, de 41 anos, e James Brock, de 45, quando o casal dormia. Quem encontrou os corpos foi a irmã dela, de cinco anos de idade — que, ao acordar e ver os dois adultos caídos, alertou a irmã. Sarah então ligou para o 911.
A adolescente manteve durante meses uma postura de luto nas redes sociais, compartilhando textos comoventes, imagens de infância e vídeos com músicas tristes. Em um deles, Sarah uniu registros da mãe em uma loja de brinquedos a vídeos do padrasto em casa, com a legenda: “Eles não sabem, mas daqui a um ano eu e minha irmãzinha vamos encontrá-los injustamente baleados em nossa casa e eles não poderão me ver me formar, nem me ver casar, nem se despedir”.
Em outra postagem, feita no Dia das Mães, ela publicou fotos antigas com Kristin Brock. “Minha maior inspiração. Minha melhor amiga”, escreveu. A adolescente também gravou vídeos chorando, pedindo “orações” e declarando que precisava de tempo para se curar do trauma. Ainda segundo relatos da polícia, chegou a entrar em contato com canais de crimes reais, afirmando ser filha das vítimas e dizendo que “alguém invadiu a casa e matou meus pais na frente da minha irmã de cinco anos”, como se tentasse desvendar o crime.
A reviravolta veio no início de julho, quando a polícia afirmou que “montanhas de evidências” colocavam a adolescente como a principal suspeita. De acordo com o gabinete do xerife do condado de Carroll, Sarah se entregou de forma voluntária, acompanhada do pai biológico, após ser informada sobre o mandado de prisão. Ela foi indiciada por duas acusações de homicídio e duas de agressão agravada, e responderá como adulta.
Em entrevista coletiva, a porta-voz da polícia, Ashley Hulsey, afirmou que a jovem era considerada suspeita desde o início, mas que as investigações levaram meses para reunir todas as provas. As motivações ainda não foram confirmadas, e a hipótese de que outras pessoas tenham conhecimento ou envolvimento nos fatos é considerada como possível.
Os promotores de Los Angeles declararam que o sistema de justiça criminal da região chegou a uma compreensão "mais atualizada" desde o primeiro julgamento dos irmãos.
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Em 2023, os advogados dos irmãos trouxeram à tona novas evidências que, segundo eles, comprovam os abusos perpetrados por José Menendez, incluindo uma carta que Erik havia escrito para uma prima.
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A mesma Netflix também lançou o documentário "O Caso dos Irmãos Menendez", em 7/10/24, reforçando ainda mais a divulgação do caso.
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O caso ganhou ainda mais repercussão em 2024 graças à série ficcional "Monstros: A História de Lyle e Erik Menendez", lançada pela Netflix em 19/9/24.
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Lyle e Erik ficaram em prisões separadas até 2018, quando passaram a cumprir a pena no mesmo presídio.
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Em abril de 1996, o júri decidiu por condená-los à prisão perpétua, sem direito à liberdade condicional.
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O primeiro julgamento resultou em um impasse entre os membros do júri e foi anulado. Um novo processo foi realizado, desta vez sem transmissão para a TV.
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Na noite de 20 de agosto de 1989, Kitty e José foram encontrados mortos por tiros de espingarda em sua mansão de luxo, em Beverly Hills. Na época, os irmãos tinham 18 e 21 anos.
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Segundo os arquivos do caso, o pai, José Menéndez (foto), também teria ameaçado os filhos de morte se eles contassem o que acontecia dentro de casa.
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Durante as audiências, uma nova revelação chocou o público: chorando, os irmãos afirmaram que haviam sofrido abusos e agressões por parte do pai durante anos, com a cumplicidade da mãe, Kitty Menéndez.
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O julgamento, iniciado em 1993, foi um dos primeiros a ser transmitidos pela televisão nos Estados Unidos, gerando grande interesse da mídia e atraindo a atenção de milhões de curiosos.
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Essas gravações foram entregues às autoridades, que, mais de seis meses após os assassinatos, decidiram prender os dois.
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A evidência decisiva surgiu quando Erik fez uma revelação a seu psicólogo, Jerome Oziel, que decidiu gravar as sessões com os irmãos.
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Ele chegaram a adquirir apartamentos, veículos de alto padrão e relógios de marcas famosas, entre outras despesas.
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Erik e Lyle não foram considerados suspeitos da morte dos pais logo de início. No entanto, a investigação começou a focar nos irmãos quando eles começaram a ostentar uma vida de luxo, financiados pela herança dos pais.
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“Acredito que eles pagaram a sua dívida para com a sociedade”, declarou o promotor. Chamado de "resentencing" ("ressentenciamento", em português), o processo permite um novo ajuste da sentença em resposta a "um problema ou erro na pena original".
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Isso, de acordo com a legislação dos Estados Unidos, permitiria que os irmãos obtivessem liberdade condicional após mais de três décadas atrás das grades.
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Foram os próprios promotores da cidade de Los Angeles que recomendaram em 24/10/2024 a redução da pena após um pedido dos parentes dos irmãos para que eles fossem soltos.
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As penas previstas na condenação de Erik e Lyle — conhecidos como "irmãos Menendez" —, eram de prisão perpétua, mas já foram reduzidas para 50 anos de reclusão. E agora pode ocorrer uma soltura, após o cumprimento da maior parte da punição.
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O juiz Michael Jesic chegou a declarar: “Não estou dizendo que eles devem ser soltos, isso não cabe a mim decidir. Mas acredito que eles já fizeram o suficiente nesses 35 anos para merecer essa chance”, disse o juiz Michael Jesic.
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O caso envolvendo os irmãos Menendez - assassinos dos próprios pais - voltou a estar entre os mais comentados em maio de 2025 por causa da possibilidade de libertação da dupla, após 35 anos de cadeia.
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Segundo a polícia, a adolescente vinha se afastando dos pais, morando com outros familiares e mudando de cidade com frequência. O padrasto, James Brock, enfrentava graves problemas de saúde e, segundo familiares, aguardava por um transplante de coração.
A polícia diz que a criança de 5 anos é a “maior vítima de toda essa tragédia”. Sarah Grace Patrick permanece detida sem direito a fiança. O julgamento ainda não tem data marcada.