Médicos seguram equipamentos e pacientes para continuar cirurgia durante terremoto - (crédito: Reprodução)
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Médicos da cidade de Petropavlovsk-Kamchatsky, no extremo leste da Rússia, continuaram uma cirurgia mesmo durante um terremoto de magnitude 8,8 que atingiu a região na madrugada desta quarta-feira (30/7), no horário local. Em um vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver os profissionais da saúde segurando o paciente e mantendo a operação enquanto o ambiente tremia.
Segundo o ministro da Saúde regional, Oleg Melnikov, a equipe médica “manteve a calma e permaneceu com o paciente até o fim”. Ele também afirmou que a pessoa operada está fora de perigo.
O terremoto ocorreu às 19h33 (horário local) com epicentro a cerca de 125 km de Petropavlovsk-Kamchatsky, cidade com cerca de 165 mil habitantes na Península de Kamtchatka. De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o tremor foi registrado a uma profundidade de 19,3 km — considerada rasa, o que aumenta o risco de tsunamis. Foi o terremoto mais forte registrado na região desde 1952, segundo o Serviço Geofísico da Academia de Ciências da Rússia.
O terremoto provocou um tsunami que atingiu a costa de Kamtchatka com ondas de até 4 metros de altura. O governo russo confirmou que a população foi retirada de áreas costeiras, incluindo moradores de Severo-Kurilsk, cidade ao sul da península com pouco mais de 2 mil habitantes. Vários feridos leves foram registrados, inclusive em um aeroporto regional, segundo a agência estatal Tass.
Ondas também chegaram ao Japão e ao Havaí, onde a costa foi atingida durante a madrugada. O governo havaiano cancelou voos em Maui e suspendeu as atividades comerciais. As autoridades locais determinaram evacuação em parte da costa, diante da previsão de “ondas de tsunami destrutivas”.
No Japão, a Agência Meteorológica colocou toda a costa leste do país sob alerta. A televisão estatal NHK informou que o tsunami chegou ao norte do arquipélago, mas com ondas abaixo de 1 metro. Ainda assim, há expectativa de que novas ondas, mais altas, possam atingir o país. O governo estima que o nível do mar suba até 3 metros em algumas regiões. Trabalhadores da usina nuclear de Fukushima foram evacuados por precaução, relembrando os temores do desastre de 2011.
6/2/2023 - Mais de 50 mil pessoas morreram após um terremoto que atingiu dois países. O tremor, de magnitude 7,8, atingiu, de forma arrasadora, a região central da Turquia e o noroeste da Síria.
Reprodução de vídeo CNN
Câmeras mostraram a correria das pessoas em meio a desmoronamentos. De acordo com o Serviço Geológico dos EUA, o tremor foi sentido em Portugal, Espanha e Argélia. O terremoto durou cerca de 15 segundos e ocorreu a 18,5 km de profundidade.
Reprodução de vídeo Reuters
8/9/2023 - Um terremoto de magnitude 6,8 causou destruição no Marrocos. Cerca de 2.900 pessoas morreram. O tremor danificou desde aldeias nas montanhas da Cordilheira do Atlas (no noroeste da África) até a cidade histórica de Marrakech, no oeste do Marrocos.
Reprodução de vídeo Reuters
11/3/2011 - Um terremoto de magnitude 9, seguido por tsunami (ondas de 38m de altura), arrasou a costa leste de Honshu, a maior ilha japonesa. Deixou 16 mil mortos, 5 mil feridos, 4,6 mil desaparecidos e 130 mil desabrigados (300 mil imóveis destruídos). Prejuízo de US$ 309 bilhões (R$ 1,5 trilhão).
wikimedia commons
12/01/2010 - Um terremoto de magnitude 7 destruiu parte da capital do Haiti, Porto Príncipe, e também teve reflexos na República Dominicana, Cuba, Jamaica e Bahamas. Foram 320 mil mortos, 350 mil feridos. Um caos, com 1,5 milhão de flagelados.
Reprodução do site msf.org.br/noticias/
28/03/2005 - Três meses depois, mais um abalo sísmico de magnitude 8,7 na Sumatra deixou 1.000 mortos na Ilha de Nias
Reprodução do site bbc.com/portuguese/noticias/story
26/12/2004 - O terremoto de magnitude 9,1 atingiu a costa oeste da ilha de Sumatra, na Indonésia. Provocou um tsunami que atingiu 14 países do Sul da Ásia e do leste da África. A catástrofe deixou 230 mil mortos ou desaparecidos e 1,7 milhão de desabrigados.
U.S. Navy photo by Photographer's Mate 2nd Class Philip A. McDaniel - Wikimédia Commons
4/2/1976 - Em 39 segundos, um terremoto de magnitude 7.5 reduziu a escombros metade da cidade da Guatemala, a capital do país. O abalo teve 5 km de profundidade nas cercanias de Los Amates. Matou 23 mil, feriu 76 mil e destruiu mais de 1 milhão de construções.
Reprodução do site wikiimg.tojsiabtv.com/wikipedia/commons
23/12/1972 - Um terremoto de magnitude 6.3 na Nicarágua destruiu parte da capital Manágua, deixando cerca de 20 mil mortos e 20 mil feridos. Mais de 280 mil imóveis foram danificados.
Reprodução do site nicaraguainvestiga.com/memoria
31/05/1970 - Maior catástrofe do Peru. Ocorreu em Ancash e La Libertad. Além dos fortes tremores (7,5 na escala), também houve deslizamento de neve e gelo. Por isso, também é a avalanche mais fatal da história: 70 mil mortos e 50 mil feridos.
Reprodução do site meionorte.com/blogs/memoria
28/3/1964 - Um terremoto no Alasca, embora com poucas vítimas (131 mortos) quando comparado a outros, entra na lista dos maiores porque alcançou 9,2 graus de magnitude. Causou tsunami, gerando prejuízo de US$ 2,3 bilhões (R$ 5,2 bilhões). Os tremores foram sentidos em várias cidades.
U.S. Army - Wikimédia Commons
4/11/1952 - Um terremoto de magnitude 9, seguido por tsunami, atingiu a península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia. Não houve mortes porque a região era pouco povoada. Mas o maremoto atingiu o Havaí (EUA), destruindo imóveis e estradas.
Reprodução do site geologicalmanblog.wordpress.com/2015/12/18/mayores-terremotos
15/8/1950 - Um terremoto no Tibete destruiu 2 mil casas, templos e mesquitas. O sismo atingiu 8,6 graus (na escala Richter, que vai até 10) na região. Cerca de 1.500 pessoas morreram.
Reprodução do site gob.mx/cenapred/es/articulos
31/01/1906 - Um terremoto perto da cidade portuária de Esmeraldas, no Equador, matou cerca de 1.000 pessoas na costa não apenas deste país, mas também da Colômbia, pois gerou um tsunami que percorreu boa parte do litoral.
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Veja outros terremotos, em diversos países, que entraram para a História devido à sua grande força destruidora. Alguns tiveram tsunamis, quando o abalo também ocorre no mar trazendo ondas gigantescas para a orla.
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O estudo dos terremotos - a chamada Sismologia - tem origem numa tragédia que ocorreu em 1755 , quando cerca de 90 mil pessoas morreram num terremoto em Portugal.
Domínio público
De um minuto para o outro, cerca de 225 mil pessoas - da população de 400 mil - ou seja, mais da metade - ficaram sem teto. O Exército construiu chalés com troncos de madeira e até o presídio foi uma área onde o governo montou acampamentos improvisados para receber as famílias.
Domínio público
Além de casas que racharam e caíram com o abalo, houve incêndios por toda a cidade, já que o terremoto afetou tubulações de gás. Ó cenário era apocalíptico.
Domínio público
O sismo foi causado por um deslize da chamada Falha de San Andreas, uma falha geológica que se estende por 1.290 km na Califórnia e que marca o encontro de placas tectônicas na região. Em 1906, o terremoto se deu por uma alteração em 440 lm de faixa.
Domínio público
Outro local famoso por abalos sísmicos é San Francisco, nos EUA.
No dia 18/4/1906, há 118 anos, a cidade foi sacudida por um forte sismo com magnitude 8. Conhecido como O Grande Terremoto, foi o maior já registrado nos EUA, durou 1 minuto e meio, e deixou mais de 3 mil vítimas.
Domínio Público
O Chile tem áreas propensas a abalos sísmicos por causa da localização sobre placas tectônicas. Em 27/2/2022, outro terremoto incrivelmente intenso devastou a região do Maule e causou quase 800 mortes. Foi um abalo de 8,8 de magnitude, que também provocou tsunami.
Atilio Leandro - Flickr
O terremoto de Valdivia também produziu um tsunami ao largo do Oceano Pacífico, atingindo Havaí e Japão, além da erupção do vulcão Puyehue. Cerca de 5.700 pessoas morreram e mais de 2 milhões ficaram feridas.
Andres Testla wikimedia commons
O abalo foi tão forte que causou tremores até mesmo na capital Santiago e em cidades argentinas, como Buenos Aires, Córdoba, Mendoza e La Rioja. Essa magnitude nunca mais foi atingida na história mundial.
Domínio Público
Há 64 anos, em 22/5/1960, ocorreu o maior terremoto da história, em intensidade. Atingiu espantosos 9,5 graus de magnitude. Foi o Sismo de Valdivia, em Araucanía, no Chile.
Reprodução do site extremes-fdksyn.blogspot.com/
Em 2023, pesquisadores publicaram na revista Earth-Science Reviews um novo mapa com todas as placas tectônicas da Terra.
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Países que ficam sobre as placas tectônicas têm um histórico de episódios de tremores e maremotos que exigem um planejamento minucioso para a prevenção de mortes - como reforço de estruturas dos prédios e criação de abrigos para a fuga.
Imagem de Marcello Migliosi por Pixabay
De acordo com o estudo, o calor gerado pelo impacto criou os blocos rochosos. As placas tectônicas são estruturas gigantescas que se movimentam no interior da Terra e que, ao fazerem esse movimento, acabam causando reflexos na superfície. Daí os terremotos e os tsunamis que provocam tragédias.
Imagem de ?????_???????? por Pixabay
Uma pesquisa divulgada pela revista Geophysical Research Letters afirma que a colisão entre a Terra e o planeta Theia, há bilhões de anos, além de dar origem à Lua - como já se propagava - também fez surgir as chamadas placas tectônicas em nosso planeta.
Divulgação Nasa
O Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico emitiu avisos para diversos países do Oceano Pacífico, incluindo Estados Unidos, México, Chile e Equador. Embora o risco nessas áreas seja considerado menor, a possibilidade de elevação súbita do mar não foi descartada.
De acordo com a Universidade Michigan Tech, terremotos com magnitude acima de 8,0 têm potencial para destruir completamente comunidades próximas ao epicentro. A escala Richter, embora ainda mencionada popularmente, está praticamente em desuso entre sismólogos, que agora utilizam outras escalas mais precisas para medir a liberação de energia dos tremores.
Autoridades russas e internacionais seguem monitorando a situação e reforçando os alertas de segurança. A prioridade, segundo o governador de Kamtchatka, Vladimir Solodov, é retirar a população das zonas de risco e avaliar os danos provocados pelo fenômeno.