Trump publica vídeos racistas criados por IA para provocar oposição
Presidente dos Estados Unidos postou dois vídeos do deputado em que o líder da minoria na Câmara aparece de sombreiro e bigode
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Siga noO presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a gerar polêmica nesta semana ao compartilhar novos vídeos deepfake de líderes democratas, enquanto o governo federal se aproxima de uma paralisação iminente. As publicações foram geradas por inteligência artificial de teor racista zombando do líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries.
No vídeo, Jeffries aparece com bigode e sombrero, acompanhado de música mariachi, enquanto fala em uma entrevista à MSNBC criticando um vídeo anterior publicado pelo presidente – em que também era hostilizado. A postagem provocou críticas generalizadas por reproduzir estereótipos racistas.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) October 1, 2025
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Jeffries classificou o vídeo como “repugnante” e disse que “intolerância não leva a lugar nenhum”. Ele afirmou ainda que o presidente precisa se concentrar em governar, em vez de se envolver em ataques preconceituosos destinados a distrair o Congresso e o público.
Na segunda-feira, ele compartilhou um deepfake envolvendo Jeffries e o líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, mostrando-os em uma caricatura com música mariachi, bigodes e sombreros digitais. A postagem foi amplamente criticada como racista e vulgar, aumentando ainda mais a tensão entre republicanos e democratas no momento em que negociações de última hora tentavam evitar a paralisação do governo.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) September 30, 2025
Durante uma coletiva na terça-feira, Jeffries desafiou Trump a confrontá-lo pessoalmente, em vez de recorrer a vídeos de IA para provocá-lo. O líder democrata afirmou que o comportamento errático e os ataques frívolos do presidente sugerem quem está contribuindo para a iminente paralisação do governo. A paralisação está prevista para iniciar na meia-noite de quarta-feira, afetando cerca de 750 mil funcionários federais e interrompendo serviços essenciais em todo o país.
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As publicações continuam no ar.
Trump zomba de acordo com YouTube
Enquanto atacava Jeffries, Trump também aproveitou para se vangloriar de um acordo de US$ 24,5 milhões (R$ 130 milhões) com o YouTube, encerrando um processo judicial antigo. A maior parte do valor será destinada ao projeto do salão de baile da Casa Branca, atualmente em construção.
Horas após o anúncio, Trump publicou uma imagem criada por IA mostrando o CEO do YouTube, Neal Mohan, entregando um cheque gigante a um Trump triunfante do lado de fora da Casa Branca. A legenda dizia: “YouTube SE RENDE! Todo patriota banido merece justiça! Trump lutou pela liberdade de expressão e VENCEU!”
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) October 1, 2025
O acordo encerra uma disputa que começou após a suspensão da conta de Trump no YouTube em 2021, após os eventos de 6 de janeiro. A plataforma não admitiu irregularidades, e a política não será alterada.
Segundo o acordo, US$ 22 milhões serão destinados ao Trust for the National Mall, para o projeto do salão de baile, enquanto os US$ 2,5 milhões restantes serão divididos entre coautores do processo, incluindo a União Conservadora Americana e a autora Naomi Wolf.
Principais pontos sobre a paralisação do governo
- A paralisação ocorre porque o Congresso não conseguiu aprovar a continuação do financiamento do governo federal antes do prazo final;
- A negociação entre republicanos e democratas travou, com Trump intensificando ataques a líderes democratas, como Hakeem Jeffries e Chuck Schumer, em vez de focar em um acordo;
- Cerca de 750 mil funcionários federais ficarão afastados do trabalho;
- Muitos escritórios e serviços públicos podem ser fechados, com possibilidade de interrupção permanente em algumas áreas;
- Programas de educação, meio ambiente, imigração e outros serviços essenciais sofrerão atrasos ou paralisação;
- A paralisação pode acelerar a implementação de políticas controversas, como deportações em massa, enquanto outros setores do governo permanecem paralisados;
- O Congresso enfrenta pressão para retomar negociações e evitar consequências mais graves para cidadãos e funcionários públicos;
- A paralisação ocorre em meio a tensões políticas crescentes, aumento da violência política e desafios internacionais, como ações militares da Rússia perto da OTAN.