Ex-presidente da França, Sarkozy começa a cumprir pena na prisão no dia 21
Ainda cabe recurso, cuja primeira audiência deve ocorrer em março de 2026, mas o ex-presidente permanecerá preso até lá
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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ex-presidente da França Nicolas Sarkozy irá para uma prisão de Paris no próximo dia 21, onde começará a cumprir pena de prisão de cinco anos por conspiração criminosa relacionada a tentativas de arrecadar fundos da Líbia para sua campanha eleitoral de 2007.
Sarkozy cumprirá a sentença na prisão de La Santé, em Paris. Ainda cabe recurso, cuja primeira audiência deve ocorrer em março de 2026, mas o ex-presidente permanecerá preso até lá. A defesa de Sarkozy não respondeu a um pedido de comentário da agência Reuters.
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"Eu lutarei até meu último sopro", afirmou Sarkozy após a determinação da sentença, no fim de setembro. "Dormirei na prisão de cabeça erguida." No comando da França de 2007 a 2012, ele foi absolvido de outras acusações, incluindo corrupção e financiamento ilegal de campanha.
Pela decisão, o ex-presidente de 70 anos terá de cumprir três anos de prisão mesmo que recorra da sentença, muito mais dura do que se esperava.
Sarkozy, que sempre negou as acusações, foi acusado de ter feito um acordo com Gaddafi em 2005, quando era ministro do Interior, para obter financiamento de campanha em troca de apoiar o então isolado regime líbio no cenário internacional.
A presidente do tribunal que determinou a sentença, Nathalie Gavarino, afirmou que não havia provas de que Sarkozy tivesse feito tal acordo com Gaddafi, nem de que o dinheiro enviado pela Líbia tenha chegado aos cofres de sua campanha, ainda que o calendário fosse considerado compatível e os caminhos percorridos pelo dinheiro fossem "muito opacos".
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Gavarino, porém, considerou Sarkozy culpado de associação ilícita por ter permitido que assessores próximos entrassem em contato com pessoas na Líbia para tentar obter financiamento de campanha. Gaddafi foi derrubado e assassinado em outubro de 2011, durante a Primavera Árabe. A França teve papel crucial na intervenção da Otan, impondo uma zona de exclusão aérea que deu apoio essencial aos rebeldes.
O ex-presidente estava em julgamento desde janeiro, em um processo que ele afirma ter motivações políticas. Sarkozy compareceu à leitura da sentença no tribunal de Paris acompanhado da esposa, Carla Bruni, e de três de seus filhos.
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