Caso Nicolly: adolescente de 15 anos que foi esquartejada é enterrada em SP
Nicolly Fernanda Pogere, de 15 anos, foi encontrada esquartejada em uma lagoa. Namorado e outra adolescente são os principais suspeitos e seguem foragidos.
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Siga noO corpo de Nicolly Fernanda Pogere, de apenas 15 anos, foi enterrado na manhã deste domingo (20/7), no Cemitério Municipal de Mococa (SP), sob forte comoção. Sem velório, a despedida foi marcada por homenagens, protesto e a presença de familiares e amigos devastados com a brutalidade do crime.
Cartazes, balões brancos e um cortejo silencioso acompanharam o sepultamento da adolescente. A mãe, Priscila Magrin, segurava uma foto da formatura do nono ano da filha e um ursinho de pelúcia. Em meio às lágrimas, familiares cantaram “Um anjo do céu”, da banda Maskavo, música que ela costumava cantar para Nicolly ainda na gravidez, antes de entoarem juntos a oração do Pai Nosso.
“A última foto que minha filha me mandou foi sorrindo, na quinta-feira antes de desaparecer. Ela me perguntou: ‘mãe, estou bonita?’ Ela ia ver o moço”, contou Priscila, em prantos, ao G1. Em uma publicação nas redes sociais, ela escreveu: “A pior dor que uma mãe pode passar”.
Nicolly estava desaparecida desde o dia 12 de julho. Na sexta-feira, o corpo dela foi encontrado esquartejado em uma lagoa do bairro Jardim Amanda I, em Hortolândia (SP), com sinais de extrema violência. Segundo a Polícia Civil, os principais suspeitos do feminicídio são o namorado dela, um adolescente de 17 anos, e uma outra jovem, de 14, com quem ele também mantinha um relacionamento. Ambos estão foragidos.
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A Polícia Civil ainda investiga se houve a participação de terceiros, seja na execução do crime ou no auxílio à fuga dos suspeitos. Manchas de sangue foram encontradas na casa do adolescente.
Investigações
O corpo da adolescente foi localizado com a ajuda do cão farejador Thor, da Guarda Municipal de Hortolândia. O animal foi guiado por roupas levadas pelo avô da vítima e localizou o cadáver após três horas e meia de buscas. O corpo estava enrolado em dois lençóis e uma lona azul, parcialmente submerso na água, com pedras dentro para dificultar sua localização.
De acordo com a polícia, a inscrição “PCC” foi encontrada nas costas de Nicolly, feita com arma branca. A principal hipótese é que a marca tenha sido usada para simular uma ligação com uma facção criminosa, a fim de despistar a verdadeira motivação do crime. O pai do namorado reconheceu os lençóis e a lona usados para ocultar o corpo.
“O crime foi cometido com requintes de crueldade. Aparentemente, foi planejado. É difícil a sociedade absorver uma situação dessas”, afirmou Joldemar Corrêa, secretário de Segurança Pública de Hortolândia, ao G1.
Segundo o padrasto da vítima, Felipe Espanha, Nicolly e o namorado se conheciam desde a infância, quando estudaram juntos. O namoro à distância começou após a mudança da família da jovem para Mococa. No fim de junho, ela viajou a Hortolândia para visitar o avô e reencontrar o namorado.
Ela passou dois dias na casa dele e deveria retornar ao avô no dia 14 de julho. No entanto, a família perdeu contato com a menina. O avô registrou o desaparecimento na delegacia após o adolescente afirmar que havia terminado o namoro e que Nicolly teria saído de sua casa no dia 12.
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Nicolly era descrita por parentes como uma jovem doce, estudiosa, amorosa e muito ligada à família. Desenhava bem e sonhava com o futuro. A Polícia Civil mantém diligências ininterruptas para localizar os suspeitos e apurar o envolvimento de terceiros. O caso foi registrado como feminicídio e segue sob investigação.