O governo de Pernambuco investiga três casos suspeitos de intoxicação por metanol após dois homens morrerem e um perder parte da visão. Conforme a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), duas vítimas são da cidade de Lajedo e outra de João Alfredo, ambas no agreste pernambucano, no interior do estado. Os pacientes foram atendidos no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru.

“Assim que recebeu a notificação, a Apevisa iniciou a preparação de ações de fiscalização em distribuidoras de bebidas alcoólicas. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) vai emitir orientações tanto para a população como para as vigilâncias sanitárias municipais. O objetivo principal é a intensificação das vistorias para evitar possíveis fraudes nos estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas”, explicou o governo em nota à imprensa nesta terça-feira (30/9).

A Apevisa recomenda que a população verifique se a bebida possui registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), rótulo completo, lacre adequado, além de comprar apenas em locais confiáveis. “Também é essencial redobrar a atenção com drinques prontos e evitar produtos sem procedência ou com preços muito abaixo do mercado”, pontuou.

Os sintomas iniciais de intoxicação podem ser confundidos com os da ingestão de álcool comum, como náuseas, vômitos, dor abdominal e sonolência. Porém, entre 6 e 24 horas após o consumo, podem surgir sinais mais graves, como visão turva, fotofobia, cegueira, convulsões e até coma.

Cinco mortes em São Paulo

Também nesta terça-feira, o governo de São Paulo afirmou que subiu para cinco o número de mortes registradas após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. Desse total, uma morte foi confirmada em decorrência da intoxicação, e quatro estão em análise. Além disso, foram confirmadas sete pessoas intoxicadas. Outros 15 casos estão em investigação.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, determinou que a Polícia Federal (PF) abra inquérito para investigar os casos de intoxicação por metanol. A apuração terá como foco a provável circulação de produtos adulterados em mais de uma unidade da Federação.

Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a situação é “anormal” e “diferente de tudo” em relação à intoxicação por metanol no país até então. “A entrada da Polícia Federal no plano se deve à suspeita de envolvimento de uma organização criminosa relacionada à adulteração de bebidas”, frisou.

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