MAIS UM DEPUTADO ESTADUAL

Tadeu sobre aumento de deputados na ALMG: 'Temos assuntos mais sérios'

Com nova vaga na Câmara, Assembleia Legislativa de Minas pode ganhar mais um deputado e ampliar gastos

Publicidade
Carregando...

A aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 177/2023, que amplia de 513 para 531 o número de deputados federais a partir de 2026, impõe também reflexos na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Com a criação de uma nova vaga para Minas na Câmara dos Deputados, que passará de 53 para 54 parlamentares, a composição da Casa legislativa mineira também poderá ser alterada, conforme previsto na Constituição Federal, ganhando um deputado a mais.

A proposta foi construída para cumprir determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que exigiu a readequação do número de deputados por estado com base nos dados do Censo de 2022, do IBGE.

Na última terça-feira (24/6), ao ser questionado sobre o impacto do aumento de cadeiras na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o presidente da Casa, deputado Tadeu Martins Leite (MDB), afirmou que considera desnecessária o debate sobre o tema no momento. Segundo ele, a aprovação da medida no Congresso Nacional já determina a mudança no âmbito estadual, sem necessidade de deliberação pela ALMG.

"Na minha avaliação, eu reputo como desnecessário fazer uma discussão nesse momento. Nós sabemos que existe hoje uma imposição para ser feita. O Congresso aprovando isso, automaticamente resolve para a Assembleia. Nós não precisamos fazer nenhum tipo de votação, mas sinceramente eu acho que nós tínhamos e temos muitos problemas e temas muito mais sérios e mais importantes que discutir o aumento de parlamentares, seja na Assembleia, seja no Congresso ou na Câmara Federal", disse na última terça.

A declaração do presidente da ALMG foi dada em meio às intensas discussões sobre a adesão de Minas ao Programa de Pleno Pagamento de Dívida dos Estados (Propag), que têm sido prioridade no legislativo mineiro. O Propag foi proposto pelo governo federal como forma de aliviar a dívida dos estados. Minas hoje deve em torno de R$ 170 bilhões à União.

Efeito cascata

Segundo o artigo 27 da Constituição, o número de deputados estaduais em cada unidade da federação deve corresponder ao triplo da representação do estado na Câmara dos Deputados, respeitando regras adicionais quando a bancada ultrapassa 36 parlamentares.

Em resumo, para os primeiros 12 deputados federais, cada um corresponde a três estaduais, totalizando até 36 deputados estaduais. A partir do 13º deputado federal, cada nova cadeira acrescenta apenas uma estadual.

No caso de Minas Gerais, que já conta com 53 deputados federais, a Assembleia tem atualmente 77 cadeiras. Se a bancada federal mineira subir para 54, a ALMG pode, em tese, ganhar uma nova vaga, chegando a 78 deputados estaduais.

Estado de Minas procurou a Assembleia Legislativa de Minas Gerais para questionar sobre os impactos financeiros da mudança. No entanto, a Casa Legislativa informou que só irá se manifestar após a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Custos

Além de alterar o tamanho das bancadas estaduais, a mudança pode custar até R$ 140 milhões por ano aos cofres públicos, considerando o impacto direto na Câmara e o efeito cascata que será provocado nas assembleias legislativas dos estados.

Só na Câmara dos Deputados, a criação das 18 novas vagas representa um gasto adicional estimado em R$ 64,6 milhões por ano, de acordo com a Direção-Geral da própria Casa. Atualmente, um parlamentar federal custa, em média, R$ 3,6 milhões por ano, levando em conta salário bruto, auxílio-moradia, cota parlamentar e verba de gabinete para até 25 assessores.

No caso de um deputado mineiro, por exemplo, o valor mensal da cota parlamentar é de R$ 41.886,51, valor calculado com base no preço das passagens aéreas entre Brasília e Belo Horizonte. A isso se somam o salário bruto de R$ 46.366,19, o auxílio-moradia de R$ 4.253,00 e a verba de gabinete, padronizada em R$ 133.170,54 por mês. O custo anual de um deputado por Minas pode chegar a R$ 2,7 milhões.

Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia

Com isso, a criação de 30 novas vagas de deputados estaduais em todo o país poderá gerar impacto anual adicional de até R$ 85 milhões, segundo levantamento do g1. A maior parte do gasto viria do aumento das verbas de gabinete (R$ 56 milhões), cotas parlamentares (R$ 16 milhões) e salários dos deputados (R$ 13 milhões). Já o jornal Estado de S. Paulo estima um custo um pouco menor: R$ 76 milhões por ano.

Somados os custos federais e estaduais, o impacto da medida pode atingir R$ 140 milhões anuais a partir de 2027, início da próxima legislatura.

Acesse o Clube do Assinante

Clique aqui para finalizar a ativação.

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay