O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu em evento do partido, realizado na Pampulha, em Belo Horizonte, que a legenda tenha apenas um candidato ao Senado nas eleições do ano que vem, quando estarão em disputa duas vagas para representar Minas Gerais. Bolsonaro vem pregando em seus discursos e em campanhas nas redes sociais a necessidade de a extrema direita conquistar a maioria dos votos do Senado. Para ele, esse é o voto mais importante que os mineiros devem dar, pois proporciona “equilíbrio aos poderes”.

“Vamos escolher um candidato ao Senado. Todos estão na parada. O que eu peço a vocês? Quando ele for escolhido, por um critério técnico, todos que estejam simpáticos a outro candidato que fechem nesse candidato. Vamos também fazer no mínimo um [deputado] federal aqui pelo PL”, afirmou Bolsonaro. O PL tem hoje a maior bancada federal mineira na Câmara dos Deputados, com 11 parlamentares.

Na eleição do ano que vem, serão escolhidos dois senadores por estado. Em Minas, estão em jogo as vagas dos senadores Rodrigo Pacheco (PSD) e Carlos Viana (Podemos). Pacheco é especulado como pré-candidato ao governo de Minas com o apoio do presidente Lula e do PT. Já Viana avalia se vai tentar a reeleição.

No PL, os deputados federais Domingos Sávio e Eros Biondini, o deputado estadual Cristiano Caporezzo e o ex-apresentador Marco Antônio Costa são postulantes à vaga de “candidato” do Bolsonaro ao Senado em Minas. Outros nomes da direita aventados na disputa pelo cargo são o deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos) e o secretário de Governo de Minas Gerais, Marcelo Aro (PP).

Biondini chegou a apresentar um projeto de lei para reduzir a idade para concorrer ao Senado, o que permitiria que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) também pudesse disputar uma das vagas. Caso lance somente um nome, a segunda vaga pode ficar com algum partido aliado dos candidatos de Bolsonaro à Presidência e ao governo de Minas.

Bolsonaro também citou em seu discurso o presidente de El Salvador, Nayb Bukele, que, segundo ele, teria pedido à população que lhe desse 60% do parlamento em sua candidatura à reeleição, no ano passado, para que pudesse mudar o país. “Deram 80%. E eu digo a vocês: me deem 50% da Câmara e do Senado que a gente muda o destino do Brasil, dentro das quatro linhas”, defendeu. O partido do presidente reeleito de El Salvador conquistou 54 das 60 cadeiras no Congresso.

Bolsonaro voltou a pedir que ao menos metade dos parlamentares eleitos para o Senado seja filiada ao seu partido, o que, segundo ele, seria suficiente para que “mude o país”. Políticos bolsonaristas vêm buscando apoio para emplacar o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no Senado.

O ex-chefe do Executivo federal também conclamou seus apoiadores a participarem do ato em São Paulo, no próximo domingo (29/6), na Avenida Paulista. O objetivo é protestar contra uma possível condenação por tentativa de golpe de Estado pelo STF. A expectativa é de que a sentença saia em agosto.


PIX

Em seu discurso, Bolsonaro também agradeceu aos apoiadores que doaram R$ 17 milhões via Pix para ele. Os recursos, segundo ele, estão sendo usados para pagar sua defesa no inquérito que tramita no STF. Bolsonaro foi acusado pela Procuradoria-Geral da República de tentativa de golpe de Estado e responde ação como réu no STF. “Agradeço quem me doou R$ 17 milhões por Pix. Se não fosse isso, não teria como ter o apoio, a defesa em meus processos”, afirmou.

Em 2023, Bolsonaro pediu aos apoiadores apoio financeiro para pagar as multas que a Justiça aplicou a ele por diversas práticas durante as eleições do ano anterior. Ele lamentou que mais da metade do valor já tenha sido gasto, mas disse que vem usando o dinheiro também para ajudar outras pessoas, mas não quis citar nomes “para não criar problemas para outros acusados”.

Recentemente, o ex-presidente confirmou ter depositado R$ 2 milhões dessas doações para o filho e deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se manter nos Estados Unidos, onde vem fazendo campanha contra o ministro do STF Alexandre de Moraes e contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

CIDADE ERRADA

Jair Bolsonaro (PL) errou o nome da cidade mineira onde sofreu uma facada durante a campanha presidencial de 2018. “Um abraço muito especial a todos que forem de Três Corações, cidade onde eu renasci”, afirmou o ex-presidente. Ele se corrigiu após o deputado federal e presidente estadual do PL, Domingos Sávio, lembrá-lo de que o município correto é Juiz de Fora. Em setembro de 2018, então candidato pelo PSL, Bolsonaro levou facada durante um ato de campanha na cidade da Zona da Mata mineira enquanto era carregado nos ombros por apoiadores. O agressor foi preso e Bolsonaro foi operado de urgência na Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora.

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