PESQUISA

Belo-horizontinos reprovam postura de Zema nas redes e em entrevistas

Pesquisa Opus/Estado de Minas questionou moradores da capital sobre polêmicas recentes envolvendo o governador. Cerca de 75% dos belo-horizontinos discordam de

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Na metade final de seu segundo mandato à frente de Minas Gerais, o governador Romeu Zema (Novo) tem adotado uma postura mais combativa em entrevistas e em seus perfis nas redes sociais. Mirando tornar-se um rosto nacionalmente conhecido como antagonista do governo federal, as últimas manifestações do mineiro não repercutiram positivamente em Belo Horizonte, como revelam dados de pesquisa feita pela Opus Consultoria & Pesquisa por encomenda do Estado de Minas. Em média, cerca de 3/4 dos belo-horizontinos impactados por eventos recentes protagonizados pelo governador reprovam a postura adotada.

A pesquisa da Opus ouviu 500 pessoas na capital mineira entre 1 e 3 de julho e questionou a percepção deles sobre cinco atitudes recentes do governador: uma publicação em que ironiza o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na esteira da polêmica dos ‘bebês reborn’; um vídeo em que Zema aparece comendo uma banana com casca para criticar a inflação dos alimentos; a fala do mineiro dizendo que perdoaria Jair Bolsonaro (PL) caso eleito presidente; a declaração em que ele questiona a ocorrência da ditadura militar no Brasil; e o interesse do governo mineiro em privatizar a Cemig e outras estatais

Em todos os casos, a maior parte dos entrevistados afirmou não ter conhecimento sobre a postura do governador. Em média, 72% dos respondentes não acompanharam o evento citado pelo pesquisador. O levantamento ouviu cidadãos nas nove regionais da cidade e apresenta uma margem de erro de 4,5 pontos percentuais para mais ou para menos.

A primeira pergunta da série é sobre a publicação do ‘bebê reborn’. Em 15 de maio, em seu perfil no Instagram, Zema publicou uma montagem feita com inteligência artificial em que aparece segurando um boneco com o rosto do presidente e a inscrição "vendo bebê reborn governo Lula. Custa caro; apertou, faz caquinha, mas finge ser fofo". Entre os belo-horizontinos, 75% não viu a foto, mas, entre os impactados, 75% discordaram do posicionamento.

Na sequência os entrevistados comentaram sobre o vídeo em que o governador aparece comendo uma banana com casca para reclamar da declaração em que Lula sugere que os brasileiros mudem hábitos alimentares para driblar a alta de preços. Neste caso, a reprovação foi de 76% dos que afirmaram ter visto o registro. Por outro lado, 74% disseram que não foram impactados pela publicação.

As duas perguntas seguintes são relacionadas às falas de Zema durante uma entrevista concedida à Folha de S. Paulo em 4 de junho. Na oportunidade, o governador disse que perdoaria Bolsonaro de uma eventual condenação criminal caso fosse eleito ao Palácio do Planalto em 2026. O aceno a um indulto ao ex-presidente foi visto com reprovação por 66% dos entrevistados. 

Na mesma ocasião, o mineiro disse que não saberia afirmar se houve uma ditadura militar no Brasil, regime que ocorreu comprovadamente entre 1964 e 1985. Neste caso, 85% dos belo-horizontinos que viram a entrevista discordaram da postura. Em ambos os casos, porém, cerca de 3/4 dos respondentes da pesquisa não tinham conhecimento sobre os eventos.

A última pergunta se refere ao manifestado interesse do governo estadual em privatizar a Cemig e outras estatais como a Copasa. Neste ponto foi constatado o menor percentual de ignorância sobre o evento, com apenas 60% dos entrevistados dizendo não saber do que se trata o assunto. Entre os que atestam conhecer o tema, 78% discordam do governador.

Para o diretor do Instituto Opus, Matheus Dias, as altas taxas de desconhecimento sobre os eventos não devem ser vistas como um atenuante da reprovação à postura recente de Zema. O pesquisador aponta que, com a aproximação do período eleitoral, aumenta a probabilidade de que os fatos voltem à tona e a discordância massiva dos belo-horizontinos deve acender um sinal de alerta para o governador com aspirações presidenciais. 

“Esses dados mostram que a tentativa do governador de ter grande repercussão teve um resultado aquém do esperado. Só que nós não estamos no período eleitoral. Então, de fato, a atenção do eleitor para esse tipo de posicionamento é menor. Isso com certeza vai ser relembrado quando a gente entrar na campanha oficial e então o dado que  mais chama a atenção é a taxa de discordância desses posicionamentos perante quem viu. A grande maioria dos eleitores avalia negativamente essas posicionamentos e essas polêmicas em que o governador vem entrando”, projeta Dias.

A VIAGEM DAMIÃO

O junho de Álvaro Damião, seu segundo mês como prefeito titular de BH, foi marcado por uma polêmica internacional. Ele viajou para Israel em meio ao conflito com a Palestina e foi surpreendido pela abertura de uma nova frente de combate com o Irã. A situação colocou o chefe do Executivo da capital mineira em evidência nacional e o posicionou no centro de um debate ético e geopolítico sobre o sangrento confronto perpetrado no Oriente Médio.

A pesquisa da Opus mostra que, entre quem soube da viagem de Damião, houve uma taxa de 64% de reprovação sobre o evento. Apenas 36% dos entrevistados declararam não ter conhecimento do tema.

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 Outro episódio avaliado no levantamento é a intenção de rebatizar o Anel Rodoviário Celso Mello de Azevedo com o nome do falecido prefeito Fuad Noman. Neste caso, houve aprovação de 64% dos entrevistados que afirmaram conhecer essa vontade de Damião. No cômputo geral, 53% dos belo-horizontinos disseram desconhecer o episódio.

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