GUERRA TARIFÁRIA

Presidente da Fiemg diz que tarifaço prejudica Minas e pede cautela

Flávio Roscoe diz que reciprocidade pode agravar o quadro entre Brasil e Estados Unidos, e diz que não há motivos econômicos para taxação

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O presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, pediu cautela e diálogo para tentar reverter a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retaliar o país com tarifaço em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que, segundo o líder estadunidense, é vítima de perseguição da Justiça brasileira. 


Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (10/7), ele disse estar preocupado com as medidas de reciprocidade que o governo brasileiro possa adotar, pois elas podem ajudar a ampliar os estragos na indústria nacional que o tarifaço vai gerar, caso seja mesmo adotado.

“Nossa maior preocupação nesse momento é justamente uma retaliação do Brasil. Seria outro golpe na indústria brasileira, porque as indústrias são complementares. Quando retaliar, os custos das empresas brasileiras vão subir”, afirmou Roscoe. 


Em Minas Gerais, segundo ele, o principal impacto será na siderurgia, que já sofre com a concorrência da China e tem nos Estados Unidos um dos seus principais mercados. Em 2024, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço e ferro para o norte-americano. Com o tarifaço, destaca Roscoe, "as exportações vão sumir".


Trump informou que a sobretaxa de 50% dos produtos brasileiros exportados para o país começa a valer a partir do próximo dia 1° de agosto. Para Roscoe, não há razão econômica para esse tarifaço. Para ele, o principal motivo é a defesa que o Brics, hoje sob o comando do Brasil, tem feito da desdolarização da economia.

A justificativa de Trump de que o motivo seria a “perseguição” judicial ao ex-presidente é uma “narrativa” adotada por Trump, mas o motivo mesmo seria o Brics, um agrupamento de países que reúne, entre outros, a China, principal adversária dos Estados Unidos no disputa pela hegemonia do comércio mundial.


Questionado sobre a culpa pelo tarifaço que vem sendo atribuída pelos bolsonaristas a Lula, Roscoe desconversou. Segundo ele, o presidente tem “responsabilidade na solução do problema”.

“Cabe ao Brasil e aos Estados Unidos encontrarem a solução para esse problema, e a solução está na mão dos dois: do Trump e do Lula. Para trás não adianta olhar, a gente tem que olhar para frente. O que a gente espera agora é a solução”, defendeu o presidente da Fiemg, aliado de Bolsonaro em Minas Gerais.

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Em carta publicada ontem em suas redes sociais, Trump anunciou um tarifaço de 50% e determinou que o país suspenda os processos contra Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de estado.

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