"QUEREM ME ALIJAR"

Bolsonaro agradece apoio de Trump e diz ser alvo de 'crime inexistente'

Ex-presidente responde carta de Trump e afirma que está sendo perseguido para ser impedido de disputar as eleições de 2026

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) agradeceu, nessa quinta-feira (17/7), uma carta de apoio publicada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em que o republicano demonstra "preocupação" com o julgamento por tentativa de golpe de Estado em que Bolsonaro é apontado como líder da organização criminosa.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Bolsonaro voltou a negar que tenha articulado um golpe e disse estar sendo perseguido para ser "alijado" do processo eleitoral. Apesar da afirmação, o ex-presidente já está inelegível por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), portanto não pode concorrer as eleições de 2026

No vídeo, Bolsonaro agradece o presidente dos Estados Unidos pelo apoio e se autodenomina como a "maior liderança da direita da América do Sul".  

"Recebi com muita alegria a sua carta pessoal endereçada a minha pessoa, nela, a sua preocupação com a liberdade de expressão e também no tocante ao meu julgamento. Estou sendo julgado por um golpe de Estado, dado num domingo, sem tropas, sem armas, com a minha presença nos Estados Unidos. Algo completamente incrível, um crime inexistente. Querem na verdade me alijar do processo político. Alijar a maior liderança direita da América do Sul. Entendo que eleições sem oposição é um golpe", disse  ex-presidente Jair Bolsonaro.

No vídeo, Bolsonaro também leu trechos da mensagem de Trump. O presidente norte-americano classificou como "terrível" o tratamento dado ao brasileiro e defendeu o fim imediato dos julgamentos aos quais Bolsonaro responde no Brasil. "É minha sincera esperança que o Governo do Brasil mude de rumo, pare de atacar os opositores políticos e acabe com esse regime ridículo de censura. Estarei observando de perto", disse Trump. 

Tarifaço

Trump também disse na carta que a decisão de aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos é um sinal de desaprovação por supostos "ataques à liberdade de expressão".

O presidente estadunidense anunciou a decisão na última semana, e associou a decisão de aplicar a tarifa ao tratamento dado pelo governo brasileiro ao ex-presidente, além de considerar a relação comercial entre os dois países "desequilibrada".

O próprio Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado e filho do ex-presidente, disse que a medida de Trump é resultado de um "lobby que ele realiza desde o início do ano" junto a autoridades norte-americanas para pressionar o governo brasileiro.

Em resposta a Trump, Lula assinou na última segunda-feira o decreto da Lei da Reciprocidade, que estabelece critérios de proporcionalidade para medidas de resposta a barreiras impostas a produtos e interesses nacionais.

Pela nova norma, o Brasil poderá aplicar a cidadãos e governos estrangeiros o mesmo tratamento que receber do exterior, abrangendo questões comerciais, concessão de vistos, relações econômicas e diplomáticas.

Já na última terça-feira, o governo dos Estados Unidos também abriu uma investigação comercial contra o Brasil. A apuração vai avaliar atos, políticas ou práticas do governo brasileiro relacionados a comércio digital e pagamentos eletrônicos, temas relacionados diretamente às gigantes de tecnologia dos EUA.

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Leia a carta de Trump na íntegra:

Prezado Sr. Bolsonaro:

Tenho visto o tratamento terrível que você está recebendo pelas mãos de um sistema injusto voltado contra você. Esse julgamento deve acabar imediatamente! Não me surpreende vê-lo liderando nas pesquisas; você foi um líder altamente respeitado e forte, que serviu bem ao seu país.

Compartilho seu compromisso de ouvir a voz do povo e estou muito preocupado com os ataques à liberdade de expressão — tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos — provenientes do governo atual. Tenho manifestado fortemente minha desaprovação tanto publicamente quanto por meio da nossa política tarifária.

É minha sincera esperança que o Governo do Brasil mude de rumo, pare de atacar os opositores políticos e acabe com esse regime ridículo de censura. Estarei observando de perto.

Sinceramente,
Donald J. Trump"

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