Nikolas culpa Lula e Moraes por tarifaço de Trump e poupa Eduardo
Deputado mineiro retoma ofensiva nas redes e responsabiliza Lula e Moraes por crise com EUA: 'Vão quebrar o Brasil'
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Siga noO deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) atribuiu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a responsabilidade pela escalada da tensão comercial entre Brasil e Estados Unidos. Em publicações nas redes sociais, o parlamentar mineiro poupou Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e relacionou diretamente as decisões do governo norte-americano e suas consequências às sanções das duas autoridades brasileiras. Eduardo chegou a afirmar que a decisão de taxar o Brasil era fruto de seu lobby pessoal junto ao governo Trump.
“O Brasil está pagando caro pela incompetência diplomática de Lula e pela tirania instalada por Moraes. Eles vão quebrar o país – e TODOS vão pagar esse preço”, escreveu Nikolas, nessa terça-feira (22/7), ao republicar uma notícia da Folha de S. Paulo informando que a compra de carne brasileira pelos EUA despencou 80% em três meses.
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Em outras duas postagens, o deputado declarou que “ninguém aguenta mais o Lula e Moraes” e convocou seus seguidores para um “buzinaço fora Lula e Moraes”, programado para ocorrer em Belo Horizonte entre os dias 22 e 26 de julho, em diferentes pontos da capital mineira.
O Brasil está pagando caro pela incompetência diplomática de Lula e pela tirania instalada por Moraes. Eles vão quebrar o país - e TODOS vão pagar esse preço. pic.twitter.com/Mjnv2rMw82
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) July 23, 2025
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) July 22, 2025
Ninguém aguenta mais o Lula e Moraes. Eles vão quebrar o Brasil. pic.twitter.com/7sPHRnqxs0
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) July 23, 2025
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As declarações de Nikolas vêm na esteira da decisão do governo dos Estados Unidos, comandado por Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos importados brasileiros. Além disso, o governo estadunidense anunciou a abertura de uma investigação formal sobre atos, políticas e práticas do governo brasileiro em relação ao comércio digital e sistemas de pagamento eletrônico, o que inclui o Pix.
A movimentação do deputado marca uma tentativa de reposicionamento nas redes sociais, onde mantém atuação intensa. Desde que a nova crise eclodiu, Nikolas vinha sendo cobrado por apoiadores e críticos pela ausência de manifestações, especialmente após o papel de destaque que teve em fevereiro, quando viralizou com vídeos insinuando, erroneamente, que o governo Lula pretendia taxar o Pix, tese desmentida por autoridades, mas amplamente disseminada.
Agora, ao reforçar críticas ao presidente e ao ministro do STF, Nikolas retoma o tom combativo que caracteriza sua base de apoio, alinhado ao discurso predominante no núcleo bolsonarista, que responsabiliza o atual governo e o Judiciário por supostos desgastes diplomáticos com os Estados Unidos.
Trump, ao anunciar as tarifas, enviou uma carta ao governo brasileiro na qual associa as medidas à “repressão à liberdade de expressão” no país. O republicano também classificou a relação comercial com o Brasil como “desequilibrada” e citou o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro como um dos principais motivos para a medida.
Inicialmente, o próprio deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, afirmou que a decisão era fruto de um lobby pessoal que ele promovia junto a autoridades norte-americanas desde o início do ano. Após inúmeras críticas a conduta do parlamentar, Eduardo passou a negar o envolvimento com o tarifaço e sustenta que sua atuação visava apenas sanções individuais contra Moraes.
Em reação à ofensiva norte-americana, Lula assinou na semana passada o decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade. A medida estabelece que o Brasil poderá aplicar, de forma proporcional, sanções a cidadãos e governos estrangeiros que adotarem barreiras comerciais, restrições diplomáticas ou qualquer medida que afete interesses nacionais. O instrumento permite, por exemplo, a retaliação na concessão de vistos ou nas relações econômicas.