O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar nesta quinta-feira (24/7) o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelas negociações da tarifa de 50% imposta sobre todas as exportações brasileiras. Segundo Lula, o republicano não quer conversar, adotando uma postura diferente de outros mandatários norte-americanos.
“Eu conversei com o Bush, Clinton, Obama, Biden. Conversei com o Xi Jinping, com o Canadá, com a Índia e com a Indonésia. Conversei 40 minutos ontem com a presidente do México, com todo mundo eu conversei, mas ele (Trump) não quer conversar. Ele nos deu até o dia 1º. Se não dermos uma resposta, vai taxar nosso comércio em 50%. Contar uma coisa para vocês: não sou mineiro, mas sou bom de truco, se ele estiver trucando, vai tomar um seis. O Brasil está acostumado a negociar”, disse.
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Trump anunciou o tarifaço sobre as exportações brasileiras por meio de uma carta onde faz uma defesa expressa ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O magnata norte-americano classificou o julgamento da suposta tentativa de golpe no Supremo Tribunal Federal (STF) como uma “caça às bruxas” e disse que vai acompanhar a situação “de perto”.
Lula classificou a carta de Trump como um desaforo com o Brasil e com o Judiciário brasileiro, e rebateu o argumento usado por Trump de que os Estados Unidos teria um déficit na balança comercial. Na verdade, os Estados Unidos tiveram um lucro de US$ 410 bilhões no comércio com o Brasil nos últimos 15 anos.
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“Eu assino cartas todo dia, mas eu recebi a carta dele pelo jornal fazendo uma ameaça ao Brasil, dizendo que o Brasil precisa parar com a perseguição ao Bolsonaro, que era uma caça às bruxas. Alguém aqui acredita em bruxa? Eu não acredito. É um desaforo com o Brasil e com a Justiça brasileira. Ele diz que as big techs não podem ser controladas, porque isso é ferir a liberdade de expressão. Não, nós queremos é impedir a liberdade de agressão, que essas redes ficam transmitindo ódio”, afirmou o presidente.
Lula em Minas
O presidente Lula esteve em Minas Gerais nesta quinta-feira, na cidade de Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha, para anunciar investimentos na educação de comunidades indígenas e quilombolas. Ao todo, o governo pretende investir R$ 1,17 bilhão.
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De acordo com o governo federal, a região foi escolhida por ser “historicamente negligenciada pelas políticas públicas federais”. Segundo o Palácio do Planalto, as iniciativas anunciadas devem extrapolar as divisas mineiras e “terão impacto nacional, com foco nos territórios tradicionalmente vulnerabilizados”.