"Várias ações serão feitas em vilas e favelas de BH", diz Crispim
Ex-vereador diz que plano estratégico para a área está em fase final de elaboração
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Siga noNomeado como coordenador-geral de Vilas e Favelas, o ex-vereador Marcos Crispim (DC) trabalha para organizar o novo órgão da Prefeitura de Belo Horizonte e reunir sob sua administração as ações já existentes na capital mineira que tratam das ações nas regiões periféricas da cidade.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que mais de 300 mil pessoas vivem em vilas e favelas na capital mineira. Em entrevista ao Estado de Minas, Marcos Crispim fala sobre seu trabalho para garantir um orçamento à coordenadoria. Um semestre após o estabelecimento da estrutura, os trabalhos ainda estão na fase de planejamento.
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“Estamos na fase final de elaboração do plano estratégico do prefeito, Várias ações serão feitas em vilas e favelas. Haverá um incremento nas ações já existentes e outras novas que estamos propondo, incluindo a reestruturação das vilas e favelas. Estamos também integrando programas do governo federal, como o 'Periferia Viva', e buscando o apoio de vereadores com emendas impositivas”, informou Marcos Crispim à reportagem.
O senhor pode fazer um balanço das atividades da coordenadoria até aqui e como está sendo o trabalho com os coordenadores das regionais nomeados recentemente?
A coordenadoria foi idealizada oficialmente pelo então vice-prefeito e atual prefeito Álvaro Damião, na gestão Fuad Noman. Com a minha chegada, houve algumas mudanças, pois o vice-prefeito já possuía uma estrutura que o acompanha agora como prefeito. Chegamos com a mesma força e importância dadas pela prefeitura, montando nossa estrutura. Esses dias têm sido de planejamento e levantamento de ideias, combinando as minhas com as do Álvaro. Temos feito muito planejamento e estudo para este e, principalmente, para o próximo ano.
Há um desenho no organograma da coordenadoria com um coordenador para cada regional. Haverá presença física nessas regionais? Escritórios e sedes para acesso público?
A ideia é que cada regional tenha um espaço onde o coordenador, que chamamos de diretor regional, dará suporte. Será um espaço físico onde não só ele coordenará, mas também serão oferecidos outros serviços da prefeitura. A pessoa que procurar ali será direcionada e, dependendo do caso, terá o serviço disponível. Estamos estudando a construção ou aluguel desses espaços.
Então, será um espaço à parte da estrutura da Regional?
Estamos trabalhando com as duas opções atualmente. Eles funcionam nas regionais, mas a ideia é que no futuro haja um espaço físico à parte. Hoje, todos os coordenadores regionais trabalham na estrutura da Regional e eu estou na prefeitura. Também está em análise a possibilidade de um espaço externo para o comando central da coordenadoria.
Em abril, o senhor afirmou à reportagem que a criação de um orçamento próprio para a coordenadoria estava em análise. Houve algum avanço nesse sentido?
Sim. Quando falei sobre isso, era porque a coordenadoria era nova. Quando o orçamento foi votado e aprovado na Câmara Municipal no ano passado, ela ainda não existia, então não tinha orçamento. Agora, com a sua existência, é possível levantar e aprovar as necessidades para investimentos estratégicos, principalmente nas vilas e favelas. Contamos com o suporte da Urbel [Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte], e estamos levantando essas questões com eles. Já temos algumas reuniões agendadas para ver a possibilidade de realocar recursos, pois a Urbel já cuida dessa questão [vilas e favelas]. O orçamento está previsto para o próximo ano.
Neste trabalho em conjunto com a Urbel, quanto foi repassado para a coordenadoria? Alguma atividade já foi feita?
Até agora, as atividades foram de encaminhamentos, pois não tínhamos orçamento previsto no ano passado. As demandas identificadas, as que a Urbel já tinha nas vilas e favelas e as ocasionais de lideranças, vereadores e munícipes, foram encaminhadas para a Urbel e as zeladorias nas regionais, que nos deram suporte para executar essas demandas.
Para o ano que vem, vocês trabalham com valor específico para solicitar na Lei de Diretrizes Orçamentárias?
Não, um valor específico ainda não foi definido. Estamos na fase final de elaboração do plano estratégico do prefeito. Várias ações serão feitas em vilas e favelas. Haverá um incremento nas ações já existentes e outras novas que estamos propondo, incluindo a reestruturação das vilas e favelas. Estamos também integrando programas do governo federal, como o “Periferia Viva”, e buscando o apoio de vereadores com emendas impositivas.
Podemos entender, portanto, que o trabalho da coordenadoria está reunindo tudo que a prefeitura, o governo federal e os vereadores já fazem para vilas e favelas de BH, colocando tudo sob o guarda-chuva da coordenadoria e propondo ações novas?
Isso. A ideia é reunir tudo e propor ações novas. O prefeito anunciará em breve esse plano estratégico, que acredito ser muito benéfico e um divisor de águas em relação ao que foi feito até agora. Pensamos em algo semelhante ao projeto “Vila Viva”, mas para toda a cidade, começando com um piloto para depois expandir para as nove regionais.
Hoje, a coordenadoria funciona com o senhor e nove coordenadores regionais ou há mais gente?
Além dos nove, temos o Colares [José Adeilson Colares], adjunto, com mais de 30 anos de prefeitura e experiência na Urbel, que nos dá suporte técnico. Contamos com o apoio de outras secretarias no plano estratégico. Por exemplo, o Esporte terá um plano específico para vilas e favelas, e estamos trabalhando com a Cultura, Saúde e outras secretarias da PBH. A estrutura vai além do corpo técnico da coordenadoria.
Para o ano que vem, além do orçamento, há previsão de um número específico de pessoas trabalhando apenas para a coordenadoria?
É um dos nossos pleitos. Há uma divergência pequena, estamos discutindo com várias secretarias para chegar a um consenso. Baseamo-nos no número de 218 vilas e favelas em Belo Horizonte, um número muito grande. Levamos ao secretário de governo e ao prefeito a necessidade de uma estrutura maior para alcançar a população. Em cada visita, os moradores demonstram esperança de serem ouvidos na PBH.
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