O governador de Minas Gerais e pré-candidato à Presidência da República, Romeu Zema (Novo), alegou que "não tem cara de bobo" ao defender a saída do Brasil do Brics e alegou que o grupo é formado por "ditadores" que têm como pauta prioritária ser contra os Estados Unidos.

"Esse governo [Lula] se aproximou de forma demasiada de países notoriamente ditatoriais e a maioria destes países que estão nos Brics estão longe de serem uma democracia. Alguém que está aqui prendendo gente por atos antidemocráticos andando, lá fora, ao lado de ditador. Eu não tenho cara da bobo, não! Acusando aqui [no Brasil]: 'você é antidemocrático', pega o avião e só encontra com ditador lá fora", disse o mineiro em entrevista ao Roda Viva nesta segunda-feira (25/8).

Zema usou como argumentação para que o Brasil se afaste do bloco econômico um suposto desejo dos brasileiros de se mudarem para outros países.

"Pra onde os brasileiros sonham em ir quando querem mudar pra fora? Não são para países dos Brics. A grande maioria quer ir para a América do Norte ou Europa. São países que tem afinidade cultural, de costumes muito maior", justificou.

Ao ser questionado sobre a sua recente visita e fortes elogios ao presidente salvadorenho, Nayib Bukele, que aprovou uma reforma constitucional que permite reeleições indefinidas, vista por muitos como uma medida ditatorial e antidemocrática, Zema afirmou que não tratou das questões eleitorais do país e apenas das ações na área de segurança pública.

"Fui lá acompanhar e aprender sobre segurança pública. Não falei nada de regime eleitoral, político de El Salvador", se defendeu. Bukele conseguiu aprovar o aumento do mandato presidencial de cinco para seis anos e reeleição indefinidamente. Anteriormente, El Salvador permitia que um presidente governasse o país por dois mandatos.

Nacionalização do nome

Essa é a primeira vez que Romeu Zema, que lançou sua pré-candidatura à Presidência da República na disputa de 2026, participa do programa Roda Viva.

O governador mineiro começa a intensificar sua agenda pelo país dando entrevistas para diversos veículos  e buscando se aproximar do empresariado, o desafio é buscar nacionalizar seu nome, pouco conhecido fora dos limites do Estado.

Zema vem buscando consolidar sua figura como uma alternativa ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível. Concorrem com ele como nomes da direita e extrema direita os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); do Paraná, Ratinho Júnior (PSD); o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP); e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).

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Os jornalistas que participam do programa são a colunista do Estado de Minas, Bertha Maakaroun; o coordenador de Política do Estadão, Ricardo Corrêa; a repórter do Valor Econômico, Cibelle Bouças; o editor do Painel da Folha de S.Paulo, Fábio Zanini; e a analista de política da CNN Brasil, Edilene Lopes.

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