O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino ironizou, durante o seu voto pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete integrantes do "Núcleo Crucial" por tentativa de golpe de Estado, as articulações que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) vem fazendo nos Estados Unidos para sancionar o Brasil e membros dos Três Poderes.

"Será que as pessoas acreditam que o tweet de uma autoridade, um governo no estrangeiro, vai mudar um julgamento no Supremo? Será que imaginam que um cartão de crédito ou Mickey vão mudar o julgamento no Supremo?", afirmou.

Em seguida, o ministro Alexandre de Moraes disse, sem contexto, "Pateta", que foi complementado por Dino que alegou que "o Pateta aparece com mais frequência nesses eventos todos".

A fala se refere a decisão do presidente americano Donald Trump de aplicar a Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, que prevê punições como congelar bens e contas nos Estados Unidos, a proibição de entrar no território americano e bloquear transações com empresas e cidadãos americanos.

No início do mês, Eduardo reclamou ao secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que as punições não afetaram o ministro como os bolsonaristas desejavam.

"As matérias da imprensa brasileira tão dando conta que a vida do Alexandre de Moraes não mudou tanto. É preciso realmente colocar pra valer essa aplicação da Lei Magnitsky, até para que os EUA não perca força”, disse.

O deputado Bolsonaro vem trabalhando para que as punições se estendam a esposa, a demais familiares de Moraes, a outros ministros da Suprema Corte, a membros do Executivo e do Congresso. O intuito do parlamentar é que seja aprovada uma anistia ampla e irrestrita aos envolvidos na tentativa de golpe de estado e beneficie também o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Em agosto, o Banco do Brasil chegou a bloquear dois cartões de Moraes com as bandeiras Visa e Mastercard, empresas americanas, e ofereceu o cartão Elo, de origem brasileira e que não está sujeito a punições.

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