Movimentos de direita convocaram para o próximo 19 de outubro, às 10h, protestos em todas as capitais do país em defesa da “Anistia Ampla, Geral e Irrestrita” e contra a aplicação da dosimetria nos julgamentos dos envolvidos no 8 de Janeiro. Em Belo Horizonte, o ato acontecerá na Praça da Liberdade, com mobilizações previstas também em São Paulo, Rio de Janeiro e demais capitais.

A mobilização se organiza sob três eixos principais: a anistia, o rechaço à dosimetria e às críticas diretas ao governo Lula e ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, com palavras de ordem como “Fora Lula” e “Fora Moraes”. Os organizadores afirmam que será uma manifestação pacífica, com caráter nacional, reunindo lideranças políticas, religiosas e representantes da sociedade civil.

A convocação acontece num momento em que as duas principais bandeiras do campo bolsonarista no Legislativo, a PEC da Blindagem e a anistia, enfrentam forte resistência. A primeira já é considerada inviável no Senado, e a segunda, ainda que em discussão na Câmara, pode chegar ao dia 19 já politicamente enfraquecida.

O relator do projeto, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), vinha defendendo um texto que reduzisse penas por meio da dosimetria, mas sem conceder perdão irrestrito. A tentativa de construir um meio-termo transformou o parlamentar em alvo de críticas bolsonaristas, que exigem anistia total. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chegou a sugerir que o relator fosse alvo de sanções internacionais caso mantivesse a proposta mitigada.

A situação se agravou após o anúncio de novas sanções dos Estados Unidos contra autoridades brasileiras e familiares de Moraes, o que Paulinho classificou como “interferência indesejada”. O episódio aumentou a tensão entre Congresso, Supremo e movimentos de direita.

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Mesmo que a anistia não avance no Legislativo, os atos de 19 de outubro ganham importância como demonstração de resistência política. Para os organizadores, trata-se de reafirmar a pauta nas ruas e manter o tema vivo junto à base bolsonarista. Para o Congresso, será um sinal do desgaste de seguir adiante com propostas que enfrentam rejeição social e risco de desgaste institucional.

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