EUA-BRASIL

Quem é Marco Rubio, o homem forte de Trump que ameaça a relação com Lula

Conhecido pela postura rígida e críticas ao Brasil, o senador pode se tornar uma peça-chave e um obstáculo nas relações diplomáticas entre os países

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O senador e secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, uma das vozes mais influentes do Partido Republicano, desponta como uma figura potencialmente conflituosa na futura relação entre os Estados Unidos, de Donald Trump, e o Brasil, de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Conhecido por críticas abertas a governos de esquerda na América Latina, Rubio é cotado para assumir um papel-chave na política externa norte-americana, o que acende um alerta no Palácio do Planalto.

A aproximação entre Trump e o senador da Flórida (cargo ocupado por mais de 14 anos) não é recente, mas sua indicação para liderar diálogos com o Brasil representa um desafio diplomático. Rubio tem um histórico de declarações que questionam alianças internacionais do governo brasileiro, especialmente com países como Venezuela, Cuba e China. Essa desconfiança ideológica pode se transformar em um obstáculo prático para a cooperação em áreas estratégicas como comércio, segurança e meio ambiente.

Lula e Trump conversaram por telefone nessa segunda-feira (6/10), e o petista pediu para o americano retirar a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Esse e outros temas serão retomados em futuras conversas entre os dois presidentes, e Rubio pode ter papel fundamental nas tratativas.

A trajetória de um crítico do governo brasileiro

Para entender a posição de Marco Rubio, é preciso olhar para sua origem e base política. Filho de imigrantes cubanos, ele construiu sua carreira política na Flórida, um estado com grande e influente comunidade de exilados de regimes socialistas. Essa vivência moldou sua visão de mundo e sua política externa, caracterizada por uma forte oposição a qualquer governo que se alinhe, mesmo que parcialmente, com ideais de esquerda.

Ao longo dos últimos anos, Rubio usou suas plataformas no Senado e na mídia para criticar o que considera uma erosão democrática na América Latina. Ele já manifestou preocupação com a proximidade do governo Lula com líderes vistos como autoritários e a posição do Brasil em conflitos globais, como a guerra na Ucrânia. Para ele, a neutralidade brasileira soa como um apoio velado a adversários dos Estados Unidos.

Essa postura não é apenas retórica. Durante o primeiro mandato de Trump, Rubio foi um conselheiro importante para assuntos latino-americanos, influenciando decisões que endureceram sanções contra Venezuela e Cuba. Sua nomeação como interlocutor com o Brasil sinaliza que a diplomacia de um novo governo Trump seria menos pragmática e mais pautada por alinhamentos ideológicos claros.

O alinhamento com a política de Trump

A confiança de Donald Trump em Marco Rubio se baseia em uma visão de mundo compartilhada. Ambos defendem uma política externa assertiva, que prioriza os interesses americanos e desconfia de organizações multilaterais. A máxima "America First" encontra em Rubio um executor disciplinado, especialmente quando se trata do Hemisfério Ocidental, que ele considera uma área de influência direta dos EUA.

A possível ascensão de Rubio a um cargo de destaque, como secretário de Estado ou conselheiro de Segurança Nacional, daria a ele o poder de transformar suas críticas em políticas concretas. As negociações bilaterais, que hoje fluem com base em interesses mútuos, poderiam se tornar mais tensas, condicionadas a gestos e posicionamentos políticos do Brasil.

Isso significa que temas caros ao governo brasileiro, como a liderança em debates climáticos e a defesa do multilateralismo, poderiam ser minimizados ou até mesmo hostilizados. A relação, que hoje busca equilíbrio, passaria a operar sob uma lógica de pressão constante por alinhamento com Washington.

O que esperar da relação entre Brasil e EUA com Rubio no comando?

A nomeação de uma figura como Marco Rubio para gerenciar as relações com o Brasil indica uma mudança de rota na diplomacia. O pragmatismo pode dar lugar a uma era de maior atrito, exigindo do governo brasileiro uma nova estratégia de negociação. Veja a seguir alguns pontos de atenção nesse cenário:

  • Pressão em pautas ideológicas: a política externa brasileira seria constantemente avaliada sob a ótica de seu alinhamento com os interesses dos EUA. A relação com a China, principal parceiro comercial do Brasil, e a postura em fóruns internacionais seriam áreas de atrito permanente.

  • Revisão de acordos comerciais: o viés protecionista de Trump, somado à desconfiança de Rubio, poderia levar à revisão de acordos comerciais. Setores estratégicos para o Brasil, como o agronegócio e a indústria de aço, poderiam enfrentar novas barreiras tarifárias ou exigências.

  • Questões ambientais em segundo plano: a pauta ambiental, central para a política externa do governo Lula, perderia prioridade. A cooperação para a preservação da Amazônia poderia ser reduzida ou condicionada a outras demandas, com foco maior na exploração econômica do que na conservação.

  • Aumento da instabilidade diplomática: a comunicação entre os dois países se tornaria menos previsível. Em vez de canais diplomáticos tradicionais, críticas públicas e declarações fortes poderiam se tornar a norma, gerando um ambiente de instabilidade e desconfiança mútua.

Como a presença de Rubio pode afetar a economia brasileira?

A influência de Rubio pode se traduzir em políticas protecionistas. Acordos comerciais poderiam ser revistos, e novas barreiras tarifárias impostas a produtos brasileiros, como aço e commodities agrícolas, podem surgir.

Além disso, a instabilidade política gerada por uma relação diplomática tensa pode afastar investimentos e criar um ambiente de incerteza para empresas que negociam com os Estados Unidos.

Existe alguma chance de uma boa relação entre os países com Rubio na liderança?

Uma boa relação seria desafiadora, mas não impossível. Ela dependeria da capacidade do governo brasileiro de navegar em um ambiente de pressão e encontrar pontos de convergência pragmáticos.

Contudo, a tendência é de um relacionamento mais transacional e menos cooperativo, onde cada acordo seria resultado de uma negociação dura e condicionada a alinhamentos políticos.

Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.

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