POSICIONAMENTOS CONTROVERSOS

Relembre 5 decisões polêmicas de Luiz Fux no STF

O ministro está no Supremo desde 2011 e teve posicionamentos polêmicos em julgamentos de grande repercussão nacional

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Nesta quinta-feira (9/10), o ministro do STF Luiz Fux concedeu habeas corpus parcial ao ex-procurador-geral do INSS Virgílio Antonio Ribeiro de Oliveira Filho, à esposa dele, Thaisa Hoffmann Jonasson, e à irmã Maria Paula Xavier da Fonseca Oliveira. Com isso, eles garantem o direito de permanecer em silêncio na CPMI que investiga a fraude aos aposentados em relação a fatos que possam incriminá-los.

Na quarta-feira, as defesas dos réus do chamado núcleo dois da trama golpista usaram argumentos de Fux nas alegações finais do processo. Ele foi o único ministro a apresentar divergência no julgamento do núcleo crucial, que incluía o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no mês passado.

De questões sobre o combate à corrupção a regras do funcionalismo público, as decisões de Fux tiveram impacto direto na vida dos brasileiros. Relembre a seguir cinco de suas decisões mais polêmicas.

1. A liminar do auxílio-moradia para juízes

Em 2014, uma decisão individual de Luiz Fux gerou um impacto bilionário nas contas públicas. Ele concedeu uma liminar que estendeu o pagamento de auxílio-moradia a todos os juízes federais do país. A medida, na prática, abriu caminho para que magistrados de outras esferas também recebessem o benefício.

O argumento era garantir a simetria entre as carreiras da magistratura e do Ministério Público. A decisão provisória, no entanto, vigorou por quatro anos e foi alvo de fortes críticas por criar um gasto elevado em um momento de ajuste fiscal. O próprio Fux revogou a liminar em 2018.

2. A suspensão do juiz de garantias

No início de 2020, Fux suspendeu, também por meio de uma liminar, a implementação da figura do "juiz de garantias". A medida era a principal inovação do pacote anticrime aprovado pelo Congresso e sancionado no ano anterior.

A justificativa para a suspensão foi a necessidade de mais tempo para a adaptação do Judiciário e o alto custo da mudança. A decisão foi vista como uma interferência em uma lei amplamente debatida e aprovada pelo Legislativo. O tema só foi resolvido pelo plenário do STF em 2023, que decidiu pela implementação do modelo, mas com prazos e regras de transição.

Com isso, dois magistrados diferentes passaram a atuar em um mesmo processo criminal: um para a fase de investigação e outro para o julgamento.

3. O voto na prisão em segunda instância

Em 2018, Fux defendeu a possibilidade de prisão de condenados após decisão de segunda instância, antes do esgotamento de todos os recursos. Na época, a regra permitiu a prisão de diversos réus da Operação Lava Jato, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Fux argumentou que a medida era um instrumento essencial para o combate à impunidade e à corrupção. Em nova votação, em 2019, ele voltou a defender a prisão em segunda instância.

No entanto, a maioria dos ministros do STF passou a entender que a prisão só poderia ocorrer após o trânsito em julgado, ou seja, o fim de todos os recursos.

4. A venda de subsidiárias de estatais sem aval do Congresso

Em 2019, o plenário do STF definiu que o governo federal não pode vender estatais sem aval do Congresso Nacional e sem licitação quando a transação implicar perda de controle acionário. Além disso, a Corte permitiu que as subsidiárias sejam vendidas sem autorização do parlamento.

Na ocasião, Fux disse que as operações trariam “dinheiro essencial” aos cofres públicos. Ele também defendeu que a venda de estatais ocorra sem licitação, com base no princípio da eficiência, para "atração de investidores".

5. A defesa do inquérito das fake news

Luiz Fux foi um defensor do chamado "inquérito das fake news", investigação aberta em 2019 pelo próprio STF para apurar notícias falsas, ameaças e ofensas contra seus ministros. Quando presidiu a Corte, entre 2020 e 2022, ele manteve o inquérito ativo e defendeu sua constitucionalidade em diversas ocasiões.

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O STF abriu a investigação de ofício, ou seja, por conta própria, e também acumulou as funções de investigar, acusar e julgar. Essa concentração de poderes foi questionada por juristas e entidades, que viram riscos à liberdade de expressão e ao devido processo legal, embora o tribunal argumentasse que a medida era necessária para defender a instituição de ataques coordenados.

Como entender as decisões do STF

Acompanhar o noticiário sobre o Supremo pode parecer complicado, mas entender alguns termos básicos ajuda a decifrar o que acontece na Corte. Veja um guia rápido para não se perder no "juridiquês":

  • Liminar: É uma decisão provisória, urgente, tomada por um único ministro. Serve para garantir um direito ou evitar um dano irreparável enquanto o caso principal não é julgado por todos os ministros. Uma liminar é uma decisão de caráter provisório, que não resolve o mérito do processo de forma definitiva. Ela pode ser confirmada, modificada ou revogada pelo tribunal ao final do julgamento do caso.

  • Pedido de vista: Ocorre quando um ministro pede mais tempo para analisar um processo que já está em julgamento. O julgamento é suspenso e só é retomado quando o ministro devolve o caso.

  • Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI): É o principal instrumento para questionar se uma lei ou ato do poder público é compatível com a Constituição Federal. Se a maioria dos ministros decidir que a lei é inconstitucional, ela perde a validade.

  • Trânsito em julgado: Acontece quando não há mais possibilidade de recursos em um processo judicial. A decisão se torna definitiva e não pode mais ser modificada, devendo ser cumprida imediatamente.

Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.

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