O governador Romeu Zema (Novo) reafirmou que nesta quinta-feira (2/10) que vai deixar a chefia do executivo estadual em abril para ser candidato a presidente da República. Ele disse que foi feito um entendimento entre ele e outros três governadores do “campo da direita”, que são pré-candidatos a Presidência da República no primeiro turno da eleição de 2026, para que tenham o compromisso de apoiar qualquer um deles que passar para o segundo turno para enfrentar o representante do PT, no caso o presidente Luiz Inácio Lula Silva, que deve concorrer à reeleição.

Segundo Zema, o acordo foi feito entre ele e os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil); Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD); e do Paraná, Ratinho Junior (PSD). Os dois últimos terão que disputar a indicação interna dentro do PSD caso não deixem a sigla até o período da convenção partidária no próximo ano.

O governador mineiro abordou o assunto em um almoço fechado com filiados do Novo e com lideranças de classe do setor produtivo em uma churrascaria de Montes Claros, no Norte de Minas, no qual cada participante pagou sua despesa (R$ 93,50 per capita).

No mesmo encontro, Romeu Zema declarou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse a ele que não vai disputar a Presidência da Republica em 2026 e concorrerá à reeleição no Executivo paulista, onde suas chances de reeleição “são de 80%”, ressaltou.

Durante a reunião, o governador mineiro não citou o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível, em prisão domiciliar e condenado a 27 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de tentativa de golpe de estado.

Zema disse que tem mantido contatos constantes com Ronaldo Caiado, Eduardo Leite e Ratinho Junior sobre as pré-candidaturas deles à Presidência. Disse que a manutenção das pré-candidaturas dos governadores da ala conservadora é uma estratégia para fortalecer as chances da direita no pleito presidencial.

Lembrou que Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás estão entre os estados mais populosos do Brasil e que a manutenção das candidaturas dos seus atuais governadores aumentam as chances de vitória da direita na eleição presidencial.

“Isso significa que a direita teria mais votos (em cada um dos estados representados na eleição presencial pelo seu atual governador) do que se fosse outro candidato que não o governador do respectivo estado”, afirmou.

Zema salientou ainda que ele, Eduardo Leite, Ratinho Junior e Ronaldo Caiado, concorrendo a presidente da Republica no primeiro turno, “poderão transferir os seus votos, aumentando as chances do candidato que apoiarem no segundo turno”.

“Vamos deixar claro: o que existe é uma conversa. Não existe nada formalizado, mas todos os governadores (da direita) que vierem a ser candidatos a presidente (da República, em 2026) sabem que aquele que passar para o segundo turno vai ter o apoio dos outros“, afirmou Zema em entrevista ao Estado de Minas após a reunião em Montes Claros.

Ainda durante o encontro com correligionários e representantes de entidades de classe, Romeu Zema fez as contas do tempo que falta para deixar o Governo do Estado para entrar na corrida presidencial. “Faltam 183 dias (a partir desta quinta-feira)".

Legado em Minas

O governador mineiro também fez uma apresentação sobre as ações positivas de sua gestão à frente do Executivo estadual. Entre outros feitos, disse que atraiu R$ 500 bilhões de investimentos para o estado e gerou 1 milhão de empregos formais, além de ter regularizado as contas públicas.

“Eu vou deixar como legado (o fato de) ter acabado com o cemitério de obras inacabadas. O (ex-governador Fernando) Pimentel (PT) deixou um grande cemitério de obras paradas. Aí nós arrumamos tudo, mais de 90 UBSs (Unidades Básicas de Saúde), os hospitais regionais e muitas outras coisas, contas em dia e muitas obras grandes pelo futuro. Vamos entregar um canteiro de obras em andamento”, anunciou.

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Ainda em Montes Claros, o governador Romeu Zema participou da solenidade de encerramento do Exercício Simulado de Emergência Zoossanitária – Febre Aftosa 2025, do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), além de um encontro com prefeitos na sede do Consórcio Intermunicipal Multifinalitário da Área Mineira da Sudene (Cimams).

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