O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho, protagonizou um embate com o senador Sergio Moro (União-PR) durante depoimento na CPMI do INSS, nessa quinta-feira (2/10). Ao ser questionado sobre a demora nas apurações de fraudes envolvendo descontos irregulares em benefícios previdenciários, Carvalho devolveu a cobrança lembrando que denúncias semelhantes já haviam chegado ao Ministério da Justiça quando Moro chefiava a pasta no governo Jair Bolsonaro.
“Esse trabalho que a CGU desenvolveu com a Polícia Federal, senador Sergio Moro, é um trabalho que podia ter sido desenvolvido durante sua gestão como ministro da Justiça, porque o senhor também recebeu denúncia sobre isso. Infelizmente, o senhor não encaminhou para a Polícia Federal e para a CGU”, disse.
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Moro ocupou o cargo de ministro da Justiça por pouco mais de um ano e deixou o governo em abril de 2020, após desavenças com Bolsonaro. Em sua defesa, o senador afirmou que quatro entidades foram suspensas durante sua gestão e que os descontos associativos teriam sido reduzidos pela metade. “Agora, em 2019, ninguém tinha colocado uma quadrilha no comando do INSS como no governo Lula”, provocou.
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O ministro, porém, retrucou dizendo que as medidas adotadas na época não garantiram a reparação aos aposentados lesados. “Ressarciram os aposentados? R$ 400 milhões, senador Sergio Moro. Ressarciram os aposentados dessas quatro entidades que vocês suspenderam? Não”, afirmou.
Durante a reunião, o ministro também afastou a hipótese de omissão por parte da CGU, mas admitiu que houve atraso para o início das apurações, que só ganharam corpo em 2024. Segundo ele, os primeiros indícios de irregularidades datam de 2018.
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As investigações resultaram na Operação Sem Desconto, deflagrada em abril deste ano pela CGU em parceria com a Polícia Federal. A ação revelou um esquema bilionário de cobranças indevidas em aposentadorias e pensões, com prejuízo estimado em R$ 6 bilhões.