Pacheco sinaliza mudança de partido para disputar governo de Minas
Senador afirma que, se decidir disputar o governo, não será por seu atual partido, após PSD nacional se alinhar a Romeu Zema
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O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) mantém a dúvida sobre seu futuro político. Em nota divulgada nesta quinta-feira (13/11), o congressista deixou claro que, caso opte por disputar o governo de Minas em 2026, não será pelo PSD, legenda à qual está filiado desde 2021. A afirmação vem poucas semanas após o vice-governador de Minas, Mateus Simões, se filiar ao partido para disputar o Palácio Tiradentes.
“A opção do PSD nacional foi ter uma aderência ao projeto do governo Zema. Isso não me incomoda. É uma opção feita pelo partido. E, óbvio, se minha decisão for continuar na política e ser candidato ao governo, não será pelo PSD”, afirmou o senador. Apesar da declaração, Pacheco evita dar qualquer sinal sobre qual será seu destino partidário ou mesmo se terá um.
Ele diz que ainda vive um período de reflexão e que sua decisão vai além de uma simples filiação, embora sinalize uma mudança de partido. “É uma reflexão mais ampla que a questão partidária. Desde que deixei a Presidência do Senado, tenho ponderado sobre a continuidade na política ou não. Se disputarei eleições ou não. Essa é a decisão que preciso tomar, e ela é mais importante do que a questão partidária”, afirmou.
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Mesmo em tom de cautela, o senador admite que o prazo para essa escolha se aproxima. “Acho que é um prazo razoável para entrarmos em 2026 com essas definições. O Estado precisa ter alternativas de nomes, e os partidos precisam se organizar. Eu acho que é o momento, sim”, avaliou.
Enquanto pondera seus movimentos, Pacheco segue sendo um nome valioso em dois cenários distintos. De um lado, é visto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aliados do Planalto como a melhor aposta para disputar o governo de Minas em 2026, capaz de unir centro e esquerda. De outro, figura entre os cotados para ocupar a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF).
O advogado-geral da União, Jorge Messias, é hoje o favorito de Lula para o posto no STF, mas estaria enfrentando resistências no Senado, onde precisa de 41 votos para ser aprovado. Nesse cenário, o presidente vê em Pacheco uma alternativa com trânsito político mais fácil e boa relação com diferentes bancadas.
A escassez de nomes no campo petista em Minas reforça o interesse do partido em torno do senador. “Por enquanto não temos plano B, só plano P mesmo”, brincou o deputado federal Rogério Correia (PT), vice-líder da legenda na Câmara, em entrevista ao Estado de Minas.
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Correia reconhece que a decisão sobre o futuro de Pacheco é decisiva para a formação da chapa do partido em 2026. “Temos tempo ainda e vamos aguardar as definições que virão do presidente Lula”, diz o parlamentar, lembrando que o PT também precisará definir seus candidatos ao Senado, já que duas vagas estarão em disputa no próximo pleito.