Na véspera da COP30, em Belém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, sem citar nomes, possíveis ações militares dos Estados Unidos na América Latina. O presidente participou da 4ª Cúpula Celac-UE, formado por lideranças europeias, latino-americanas e caribenhas, realizado neste domingo (9/11) na Colômbia.
"A ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte do cotidiano da América Latina e do Caribe. Velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais. Somos uma região de paz e queremos permanecer em paz", afirmou.
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Até o momento, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já ordenou cerca de dez ataques a embarcações na América Latina, principalmente na Venezuela, onde ao menos 66 pessoas morreram. Trump alega que os ataques foram realizados em barcos que levariam drogas para os EUA, mas não apresentou indícios da acusação. Navios e caças estão em Porto Rico, território americano, para pressionar o presidente Nicolás Maduro.
"Democracias não combatem o crime violando o direito internacional. A democracia também sucumbe quando o crime corrompe as instituições, esvazia os espaços públicos, destrói famílias e desestrutura negócios", afirmou Lula, sem nominar as operações americanas que aconteceram em desconformidade com o direito internacional.
O petista aproveitou para tratar da necessidade de países se organizarem para combater o crime organizado, que possui braços além das fronteiras.
"Não existe solução mágica para acabar com a criminalidade. É preciso reprimir o crime organizado e suas lideranças, estrangulando seu financiamento e rastreando e eliminando o tráfico de armas. Nenhum país pode enfrentar esse desafio isoladamente. Ações coordenadas, intercâmbio de informações e operações conjuntas são fundamentais para que a gente consiga vencer", afirmou.
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O presidente mencionou, como exemplo de estratégia de combate ao crime, a criação do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazonas), em Manaus, que é formado por Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, França (Guiana Francesa), Peru, Suriname e Venezuela.
